Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19
Relatoria:
Bruna Erilania Vieira de Sousa
Autores:
- FRANCISCA EVANGELISTA ALVES FEITOSA
- LIA MARIA MOURA DA COSTA
- RAQUEL DE MARIA CARVALHO OLIVEIRA FARIAS
- MAIARA DANTAS BEZERRA
- BEATRIZ DE CASTRO MAGALHÃES
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres, visto que o atendimento desrespeitoso e não digno é uma realidade em muitas instituições de saúde, violando os direitos humanos e impedindo que as mulheres acessem informações e serviços de assistência durante o processo parturitivo. A violência obstétrica foi reconhecida em 2014, pela Organização Mundial da Saúde como um problema de saúde pública que atinge de forma direta as mulheres e seus bebês. O estudo objetiva descrever a violência obstétrica no contexto da pandemia da COVID-19 no Brasil. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, que tem o intuito de descrever e discutir o desenvolvimento ou o "estado da arte" de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico ou contextual. Utilizou-se os descritores “violência obstétrica”, “covid-19” e “atenção à saúde” na Biblioteca Virtual de Saúde no período de março a junho de 2022. Ao passar dos anos, nota-se que as mulheres sofrem diversos tipos de violências, dentre elas a violência obstétrica que se destaca pela falta de assistência digna, discriminação socioeconômica e racial, violência verbal, física e psicológica. Nesse contexto, evidencia o atual cenário da pandemia pela covid-19 como preditor da violência obstétrica, onde as mulheres parecem estar ainda mais vulneráveis às condições impostas pelas instituições de saúde. As recomendações para gestantes suspeitas ou confirmadas com o Sars Cov-2 no momento do trabalho de parto e parto versam acerca da proibição de acompanhantes e uma assistência ofertada para avaliação da dinâmica uterina e do bem-estar fetal. Tal situação tem gerado conflitos internos nas mulheres, como medo, angústia e até mesmo sensação de abandono. A pandemia, com sua obrigatoriedade de isolamento social, retirou direitos obtidos pela atenção qualificada, integralidade da assistência e humanização do cuidado durante parto e nascimento. À assistência obstétrica no contexto da pandemia, vai além da violência obstétrica propriamente dita, destaca-se uma fragilidade na rede de atenção ao pré-natal e puerpério, uma vez que os serviços estão voltados quase que exclusivamente para o enfretamento da covid-19. O cenário da pandemia reflete a fragilidade do avanço da humanização no parto e nascimento, assim como a pratica da violência obstétrica enraizada na atenção obstétrica.