Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
A DESMISTIFICAÇÃO DA LOUCURA PARA O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
LEONARDO DE PAULA VIEIRA MARTINEZ
Autores:
- Amanda Monteiro Veloso
- Douglas do Nascimento Galvão
- Wanne Letícia Santos Freitas
- Alissa Yuki Ueda
- Raíssa Millena Silva Florencio
- Aline Macêdo de Queiroz
Modalidade:
Pôster
Área:
Inovação das práticas de cuidado
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: A sociedade é o espaço de vivência da pessoa em sofrimento mental. Alguns locais de assistência à saúde consideram essas condições exclusivamente biológicas, negando o direito de exercer a cidadania, invalidando o cuidado como uma visão do mundo, como ato político, de saúde e social. Compreender que a loucura ultrapassa uma condição orgânica é vital para sua ressignificação e planejamento do cuidado de enfermagem. Objetivo: Relatar a experiência de ressignificação da loucura, vivida pelos discentes de enfermagem na atividade curricular Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria. Metodologia: Estudo descritivo aos moldes de um relato de experiência que busca relatar a vivência de maneira crítica, reflexiva e embasada cientificamente. Resultados: A atividade curricular ocorreu no primeiro semestre de 2022, com práticas em instituições e serviços de saúde que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), entre elas os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), na cidade de Belém, Pará. A compreensão dos discentes sobre agravos em saúde mental e a loucura antes da Atividade Curricular era marcada pelo modelo manicomial, que reduz o sujeito a doença. Diante da explanação teórica e troca de experiências com as docentes, entendeu-se que o “louco” foi definido por estigmas sociais, morais, religiosos e científicos, ainda reproduzidos na sociedade atual, invalidando-os como seres livres. A partir das interações entre docentes e discentes, experienciou-se o processo de desmistificação da loucura e de reconstrução do conhecimento, entendendo que além de desequilíbrios químicos, os agravos mentais são processos complexos, evidenciados por fatores genéticos e sociais. A vivência contribuiu para compreensão de que é possível cuidar em liberdade, reconstruir saberes e ampliar o conhecimento científico em prol da atenção humanizada para qualquer pessoa, independente da sua doença. No processo terapêutico para além da medicalização, utilizam-se práticas integrativas e complementares (PICs) e tecnologias leves de cuidado como a escuta, o acolhimento e o vínculo, que são de elevada complexidade, pois a execução depende da disposição, empatia e entendimento sobre a loucura. Conclusão: Enquanto acadêmicos, entendemos que desmistificar a loucura é essencial ao cuidado em saúde mental. O desafio para a enfermagem está na luta contra o retrocesso ao modelo manicomial, mantendo o avanço na reconstrução do conhecimento, e olhares voltados às inovações do cuidar.