Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma das doenças crônicas não transmissíveis de maior prevalência, com elevada morbidade e mortalidade e redução da qualidade de vida, especialmente na população idosa, em que suas alterações se agravam devido às limitações inerentes ao processo de envelhecimento e à presença frequente de incapacidades funcionais. Um dos aspectos relevantes para o tratamento do DM é o autocuidado, pois beneficia o estado de saúde, reduzindo custos decorrentes de internações e complicações. Objetivo: Descrever as percepções de acadêmicos e residentes de enfermagem acerca do autocuidado de idosos diabéticos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado durante a triagem para o cadastro do idoso no Projeto AutoDia, projeto de extensão da Universidade Federal do Pará, voltado aos saberes e ações de autocuidado na manutenção da qualidade de vida do idoso com Diabetes Mellitus, realizado em uma Unidade Básica de Saúde na cidade de Belém-Pará no período de março à junho de 2022. Resultados: Durante a triagem com os idosos, observou-se diferentes dúvidas acerca do tratamento e ações de autocuidado, tais quais: uso correto da medicação, aplicação da insulina, especialmente sobre os locais de maior absorção, reaproveitamento da seringa, local adequado para armazenar e como realizar o rodízio para evitar complicações. Muitos idosos relataram não realizar a aplicação de forma independente, dependendo de terceiros para fazer o controle glicêmico e cuidados gerais. Outro aspecto relevante foi em relação aos cuidados com os pés, no qual grande maioria apresentou pele ressecada, com risco de calosidade, calçados inadequados e dificuldade para realizar hidratação. Ainda sobre isso, os idosos demonstraram dúvidas e receio sobre as consequências da má adesão ao cuidado aos pés, como amputação, sendo esta a principal preocupação dos idosos. A alimentação e hidratação apresentaram-se como um cuidado de difícil controle, sendo justificado pela condição socioeconômica desfavorável de grande maioria dos idosos, por isso demonstraram dúvidas de como adequar as orientações a sua realidade. Conclusão: Observou-se que os idosos ainda apresentam dúvidas significativas quanto ao autocuidado adequado, ressaltando a necessidade de ferramentas e ações que visem simplificar e atender as necessidades e dúvidas apresentadas, possibilitando maior adesão ao tratamento e redução de possíveis agravos.