Introdução: Entende-se por território um espaço constituído por objetos, pessoas e relações de poder modificados pela história da organização social, economia, política, entre outros. Já a instituição hospitalar, um ambiente complexo de cuidados críticos de saúde e múltiplos saberes de interesse social. Objetivo: Compreender o hospital na perspectiva interdisciplinar e multidisciplinar na linha de cuidado a pacientes acometidos por doenças neurológicas. Metodologia: O trabalho que se apresenta é fruto da imersão de residentes da ênfase de neurologia e neurocirurgia de alta complexidade da Escola de Saúde Pública do Ceará em uma unidade hospitalar do interior do estado, referência em cuidados neurológicos. Tal processo ocorreu por meio da observação e conhecimento de processos, fluxos e protocolos da linha de cuidados de pacientes acometidos por patologias neurológicas. Assim como aspectos históricos, perfil de usuários e epidemiológicos da região de atuação. Resultados: Verificou-se que a territorialização se destaca como uma experiência diferenciada de cuidado, em que se entende o cenário de prática além do ambiente físico. Notabilizam-se as relações que se desenvolvem na trama cotidiana vivenciada por profissionais, operando com saberes e tecnologias que permitem apreender o objeto de trabalho, com ações de cuidados que impactam diretamente nos usuários. Tais ações e relações de cuidados entrelaçam em linhas segmentadas por nós, redes e malhas que constituem a produção territorial. Dessa forma provocam-se discussões, a saber: garantia de ofertas de serviços providos pelo estado, defesa de direitos, equidade e integralidade das ações, força de trabalho, relações interpessoais, necessidade de atividades de educação em saúde e divulgação de ações e resultados aos usuários, educação permanente e continuada junto aos profissionais envolvidos na instituição e aos que referenciam na região de atuação. Conclusão: Assim, é mister pesquisar a importância da territorialização no ambiente hospitalar dado que a compreensão da organização em seus níveis setoriais, relação de poder e articulações dentro e fora do contexto hospitalar fortalecem a rede para assim projetar discussões que impactaram diretamente na assistência e condutas durante internação e desospitalização dos pacientes neurológicos.