INTRODUÇÃO: A prática de vacinação parece ser moralmente inquestionável, pois é considerada uma das maiores conquistas da humanidade no controle e erradicação de doenças infectocontagiosas. Desde novembro de 2019, o mundo sofre as consequências e transformações causadas por um novo vírus, denominado SARS-CoV-2, e a doença que desenvolve, a covid-19, hoje reconhecida como pandemia. Em um cenário de introdução de uma vacina recente para a população, a farmacovigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) tem extrema relevância. Qualquer sinal ou sintoma grave, indesejável ou inesperado, manifestado no indivíduo que tenha recebido qualquer tipo de imunobiológico é considerado um EAPV e pode ser causado por vários fatores relacionados aos componentes do imunobiológico, ao processo de vacinação ou ao vacinado. O Ministério da Saúde (MS) estabelece que todos os EAPV, em consonância com as definições de casos já estabelecidos no Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, deverão ser notificados processo que segue o fluxo estabelecido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), por meio do sistema e-SUS Notifica. RELATO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por enfermeiros e estagiários de enfermagem do Programa Nacional de Imunização do distrito sanitário dois localizado na cidade do Recife-PE, durante o período de março de 2021 a maio de 2022. Com o início do processo de vacinação contra o covid-19, trouxe consigo alguns entraves, entre eles, destaca-se o medo das possíveis reações adversas que a vacina poderia causar. Os registros de EAPV que chegavam até ao PNI eram em sua maioria notificados pelos profissionais dos centros de vacinação. Alguns usuários os procuravam os centros em busca de orientação sobre as medidas que poderiam tomar a fim de reduzir os sintomas apresentados, outros usuários eram encaminhados por profissionais de saúde dos quais receberam atendimento. A maioria dos vacinados não tinham conhecimento sobre a existência da notificação. COMENTÁRIOS: A notificação de eventos adversos pós vacinação no início da campanha era bastante desconhecida pela população podendo ter gerado uma subnotificação dificultando dessa forma o processo de farmacovigilância da vacina.