A residência multiprofissional em saúde é um espaço privilegiado de formação de profissionais de saúde sintonizados com a defesa dos princípios basilares do tão ameaçado Sistema Único de Saúde brasileiro (SILVA, 2018). Um dos fatores facilitadores no alcance da qualidade e no funcionamento do programa são as discussões através da roda (BRASIL, 2006). O método da roda, preconizado pela PNH, é um modo eficaz em diferenciar o que está na superfície e ao mesmo tempo identificar o que está abaixo dela, sustentando a situação-problema (BRASIL, 2013). Trata-se de um relato de experiência que tem como objetivo apresentar a vivência docente nos encontros de roda multiprofissional da residência em saúde da família. A produção foi realizada no período de junho a julho do ano corrente, em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família em uma Escola de Saúde Pública do interior do Ceará. A vivência ocorreu diante a experiência como docente do sistema de saúde, integrada ao município, cumprindo 40 horas semanais, que tem como uma de suas atribuições a tutoria da residência, responsável pelo suporte pedagógico, teórico metodológico e avaliativo do programa, bem como apoio às atividades de campo. São sistematizadas rodas semanais entre docente e residentes, com duração de um turno, sendo ambiente de debate sobre as vivências que ocorreram na semana, desafios, potencialidades, planejamento de agenda, debate sobre temas de desenvolvimento humano e profissional como: Comunicação, trabalho em equipe, afetividade, entre outros. Mesmo se tratando de um método simples, constitui de uma estratégia fundamental para horizontalização, inclusão, afetividade e modificação das práticas em saúde. No cotidiano da residência surgem vários desafios que se mostram insolúveis, como também é observado a predominância de relações verticalizadas nos nossos serviços de saúde, necessitando assim a construção de um coletivo horizontal, onde todos possam participar do processo e ter serem ouvidos, construindo assim espaços singulares de aprendizagem, valorizando o coletivo e com respeito a diversidade. Portanto, a roda auxilia a equipe a encarar melhor os desafios do cotidiano sobre um olhar capaz de (re) significar saberes e construir conhecimentos, buscando autonomia ao articular saberes universais a uma realidade específica, assim como sistematizar sua prática.