Introdução: Com o envelhecimento populacional e avanço da medicina tem aumentado a expectativa de vida e o contato da equipe de saúde com pacientes em terminalidade. O processo de cuidados paliativos (CP), entretanto, ainda é pouco abordado na formação profissional. Diante desta realidade, o acesso à medidas que aliviam sintomas relacionados ao sofrimento físico, espiritual e emocional dos pacientes e seus familiares são negligenciados. Objetivo: Analisar as características da assistência ao paciente em CP através da revisão de prontuários sobre as práticas dos profissionais de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, retrospectivo, documental com abordagem quantitativa. Os sujeitos foram selecionados a partir dos critérios de inclusão: pacientes que obitaram na Santa Casa de Diamantina, evoluídos no prontuário com um dos descritores relacionados ao CP. Foram analisadas variáveis epidemiológicas, doenças secundárias, tempo de hospitalização, abordagem ao familiar sobre a terminalidade, uso da escala de dor, de analgesia, apoio psicológico e espiritual, presença de acompanhante e uso de medidas invasivas. Resultado: Dos 57 prontuários analisados, a média de idade dos pacientes foi de 68 anos, média do tempo de internação de 7 dias, 52,6% eram do sexo masculino. A doença relacionada ao CP estava ligada em 52,6% ao sistema neurológico, 15,8% ao cardiológico e 10% pulmonar. Em relação à comorbidades, 68,4% tinham HAS, 26% DM e 15,8% eram hígidos. 73% das famílias foram abordadas quanto aos CP, 68,4% permaneceram com acompanhante durante a finitude. O controle da dispneia e da dor foram a maior demanda dos pacientes com 73% e 68,4% respectivamente. 33% das demandas relacionadas à constipação e dispneia foram atendidas com medidas não farmacológicas. Todas as demais foram utilizadas apenas medicação. Discussão: Observa-se defasagem relacionada ao atendimento dos aspectos psicológicos e espirituais que envolvem a terminalidade, evidenciado pela assistência voltada à medicalização, com pouco envolvimento multiprofissional. Conclusão: É essencial o desenvolvimento de formas avançadas de comunicação, como escuta sensível, fala compreensível e objetiva, por todos os profissionais envolvidos na assistência ao paciente e sua família, pautado nos princípios bioéticos, legais e clínicos, instrumentalizados por meio de protocolos. Com os dados do estudo será possível construir um protocolo multiprofissional de CP que está em fase de construção.