O fluxograma é um instrumento que permite coletivizar a gestão do trabalho de modo explícito e compartilhado com os envolvidos. Essa ferramenta motiva a reflexão, o pensamento crítico e a reavaliação dos métodos utilizados nas práticas de saúde, destacando a relevância do planejamento participativo, da autoanálise e autogestão. Esse estudo foi construído com a perspectiva de compreender a potencialidade do fluxograma analisador como instrumento dos processos de trabalho. Durante o mês de julho de 2022, aconteceram três encontros de planejamento da metodologia que seria utilizada na intervenção e o dia da reunião de serviço entre residentes e profissionais da equipe de saúde da família da Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) escolhida. Para a ambiência, foram utilizados recursos como: cadeiras em círculo, a aromaterapia com óleo essencial em difusor e música. Feito isso, deu-se início a um jogo de perguntas e respostas com o guia “Conhecendo o Fluxograma Analisador”, onde fomentou a discussão sobre a temática com uma didática que permitisse a participação e interação do coletivo de profissionais. As figuras geométricas foram utilizadas para facilitar a visualização e reflexão sobre cada elemento (entrada, recepção, decisão, cardápio de ofertas e saída). Os resultados obtidos nessa etapa contribuíram para o fluxograma analisador final, além de surgirem propostas de análise/modificação de alguns fluxos já preestabelecidos. Ao pensar em formas de coletividades, e das quais, têm seus eixos trazidos nas articulações técnicas e labutas a partir das contribuições sociais para a construção da história constitucional em saúde no Brasil, esbarrou-se ainda em processos fragmentados e um pouco hierarquizados no sentido biomédico enquanto produção em saúde/humanização no cuidado e articulação. Já quando se fala de tecnologias em saúde, fica claro uma fragilidade da equipe em relação às estratégias de tecnologias leves, como: acolhimento, gestão compartilhada, vínculo, autonomização. São identificados alguns movimentos de concentração na reflexão do cuidado e movimento enquanto ilha nos processos de socialização profissional e especialidades para atuar de forma mais integrada e efetiva ao usuário. A construção do fluxograma gerou reflexão dos profissionais-residentes a respeito de suas potencialidades e fragilidades, possibilitando buscar a transformação do processo de trabalho e compartilhar responsabilidades com a finalidade de construir um compromisso mútuo.