Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
CONHECENDO A REALIDADE DE SAÚDE DE PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Relatoria:
Tamara Martins Arcanjo
Autores:
- Yara Martins Rodrigues
- Maria Luiza Cacemiro Gomes
- Cláudio Felipe de Oliveira
- Juliane Firmino Conte Penna
- Beatriz Santana Caçador
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: Presídios são locais nos quais encontram-se cidadãos que cometeram delitos e, por esta razão, estão em privação de liberdade . Em função disso, tais indivíduos acabam sendo negligenciados quanto ao seu bem-estar em diversas penitenciárias, impactando negativamente na integridade física e mental deles, o que não está de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Relatar a experiência de visita técnica ao serviço de saúde de um presídio do interior de Minas Gerais . Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, o qual descreve uma visita feita ao presídio de Viçosa no dia 11 de fevereiro de 2022. Tal evento estava previsto no cronograma de atividades desenvolvidas na disciplina Enfermagem, Saúde e Sociedade I, do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Neste momento, estudantes do curso de Enfermagem da UFV tiveram a oportunidade de conhecer e analisar, de perto, as adversidades de saúde vivenciadas por PPL.. Resultados: A ida à penitenciária mostrou-se uma importante oportunidade de conhecer condições sanitárias e de vivência que os presidiários convivem, as quais, em sua maioria, são inadequadas a seres humanos. Diversos teóricos, como Florence Nightingale, dissertam acerca da necessidade de um ambiente favorável para a manutenção da saúde de um indivíduo. Entretanto, ficou claro que tais cidadãos enclausurados são amplamente ignorados no que se refere ao cuidado à saúde. Nesse contexto, pode-se citar a superlotação de celas, a falta de luminosidade adequada, mau cheiro, celas muito úmidas, hábitos de higiene incompatíveis com o que é preconizado para seres humanos e compartilhamento de objetos de uso pessoal. Além disso, pudemos perceber que o acesso ao cuidado de saúde é determinado pela concepção de meritocracia por parte dos carcereiros, ou seja, apenas os detentos tidos como comportados podem receber ajuda de profissionais de saúde. Conclusões: A experiência vivenciada possibilitou constatar que as pessoas privadas de liberdade vivenciam condições precárias de vida tornando-as vulneráveis quanto à saúde. Outrossim, o contato com esses indivíduos e a visita ao ambiente em que eles vivem permitiu, aos graduandos de Enfermagem, compreenderem como o ambiente é um determinante indiscutível para a promoção da saúde humana bem como compreender a grandeza do SUS ao assumir o compromisso de ser instrumento de democracia na luta pelo direito ao acesso a saúde a todo cidadão,inclusive os presidiários.