Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
PENSAMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA A PARTIR DA ANÁLISE DE SIMILITUDE
Relatoria:
Amanda de Alencar Pereira Gomes
Autores:
- Maria Clara Pinto de Andrade Muller
- Ninalva de Andrade Santos
- Aline Vieira Simões
- Juliana Costa Machado
- Vanda Palmarella Rodrigues
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A violência obstétrica decorre de maus-tratos, desrespeito ou, perda do protagonismo da mulher decorrente do abuso no uso de medicações e/ou realizações de procedimentos inapropriados para a ocasião, ocorridos durante o ciclo gravídico-puerperal praticados por profissionais de saúde, prejudicando a qualidade da assistência ao binômio mãe-filho. Objetivo: apreender as representações sobre violência obstétrica, elaborados por profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo, qualitativo, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, sob Parecer 3.050.243/2018. O estudo foi realizado em 17 Unidades de Saúde da Família (USF) localizadas em um município do interior baiano. Os participantes foram 27 profissionais de saúde: enfermeiras, agentes comunitários de saúde, técnicos de enfermagem e de saúde bucal, médicos e cirurgiões-dentistas. Os dados foram coletados entre os meses de julho e agosto de 2021 através de entrevistas semiestruturadas. O corpus das entrevistas foi processado no software Iramuteq por meio da análise de similitude. Segmentos de texto das falas dos participantes gerados pelo Iramuteq também foram analisados para melhor interpretação dos resultados. Resultados: Os dados provenientes da análise contribuíram para a configuração da árvore de similitude que evidenciou o termo central mulher cuja frequência de verbalização foi 117 vezes. A partir dessa palavra central foram criadas algumas ramificações na árvore de similitude com termos como gestante (94), profissional (74), violência obstétrica (73) e pré-natal (44). A violência obstétrica foi representada como violação de direitos reprodutivos da mulher tendo os profissionais de saúde como protagonistas de maus-tratos contra o binômio mãe-filho no ciclo gravídico-puerperal. A violência obstétrica no pré-natal foi evidenciada pela falta de informações importantes para as gestantes. Conclusão: As representações sociais dos participantes deste estudo evidenciam uma lacuna importante entre o saber (importância das informações claras durante o pré-natal) e o fazer (reconhecimento das falhas da equipe durante a assistência pré-natal). Os resultados deste estudo ressaltam a necessidade de ressignificação da práxis assistencial durante o pré-natal de modo que a violência obstétrica seja minimizada.