INTRODUÇÃO: Desde sua reorganização na década de 80, por meio da associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) a enfermagem tem permeado um caminho árduo na busca por direitos trabalhistas, emancipação e reconhecimento enquanto profissão; enfrentando condições como sobrecarga de trabalho, restrição da autonomia e baixa remuneração. OBJETIVO: O presente trabalho objetivou observar na literatura a participação política da enfermagem diante os movimentos de luta por seus direitos trabalhistas e pelo piso salarial. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo bibliográfico, do tipo revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada na Scientific eletronic Library Brasil (SciELO), no período de junho de 2022, mediada pelo cruzamento dos seguintes Descritores Controlados em Ciências da Saúde (Decs): “Participação Política”, “Enfermagem”, “SUS”, indexados com o operador booleano AND, na qual obteve-se 68 artigos. Posteriormente, foram utilizados como critérios de inclusão: texto completo, artigos originais e nos idiomas inglês, português e espanhol; e como critérios de exclusão: trabalhos repetidos e que não se adequassem ao objetivo do estudo. Após o processo de filtragem, 11 artigos foram analisados na íntegra, dos quais 7 foram elegidos para compor o estudo. RESULTADOS: A literatura revela que a enfermagem vem lutando há muitos anos por condições de trabalho dignas e que correspondam à relevância do papel da profissão na esfera da saúde, sob o viés da experimentação de condições de trabalho severas, desgastantes, carga horária demasiada e baixa remuneração. Nessa perspectiva, o posicionamento político faz-se um elemento indispensável na luta por direitos na sociedade. Contudo, ainda se observa que parte da enfermagem permanece acrítica, submissa e alienada politicamente. Apesar disso, é válido ressaltar que atualmente vivenciou-se um movimento político na luta pela instituição do piso salarial e carga-horária de trabalho da categoria, na qual o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) juntamente com a enfermagem se posicionaram e mobilizaram em prol da causa e obtiveram uma vitória marcante na história da enfermagem, a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2564 no Congresso Nacional. CONCLUSÃO: Conclui-se que há muito o que se conquistar e que a percepção da enfermagem acerca de sua competência política ainda é fragmentada e limitada. Desse modo, faz-se necessária a atuação sociopolítica da enfermagem para o empoderamento da classe.