Introdução: A meningite é um processo inflamatório que atinge as meninges e medula espinhal podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos ou processos não infecciosos (neoplasias, traumatismo ou medicamentoso). As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da Saúde Pública devido a sua capacidade de causar surtos e danos neurológicos ao indivíduo. No Brasil, é considerada endêmica com ocorrência de casos ao longo do ano, sendo as meningites bacterianas mais comuns no outono e inverno e as virais na primavera e verão. Objetivo: traçar o perfil epidemiológico da meningite no município de Salvador no período de 2010 a 24ª semana epidemiológica (SE) de 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo. Foi utilizado como fontes de informação o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), cujos dados são disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Para Análise, os dados foram organizados em planilhas do Microsoft 365® Excel 2022, e confeccionados gráficos e tabelas. Resultados: Foram notificados 6.286 casos de meningites de 2010 a 2022 até a 24ª SE em Salvador. Destes, foram confirmados 4.538 (72,2%) casos e 300 óbitos, representando um Coeficiente de Incidência (CI) 16,9 caso/100 mil habitantes e uma Letalidade de 4,8%. Nos anos de 2012 houve um maior número de casos confirmados (n=913) em relação aos demais anos avaliados. Quanto às causas, 59% (n=2672) foi de Meningite viral, 13% (n=592) Meningite não especificada, 13% (n=568) Meningite por outras bactérias, 3% (n=121) Meningite Meningocócica e 0,23% (n=12) meningite por Haemophilus influenzae B. Quando comparado o ano de 2021 com o ano de 2022 até a 24ª SE, a faixa etária mais acometida foi de 20-34 (2021) e 35-49 (2022). No período analisado o sorogrupo predominante é o C, porém nos últimos 3 anos, não houve a confirmação do sorogrupo nos casos confirmados, o que dificulta o monitoramento e adoção de medidas preventivas. Conclusão: De 2012 a 2018 se manteve em queda, em 2019 apresentou aumento com 181 casos confirmados, seguido de queda no ano de 2020 (18 casos). Constata-se nos anos de 2020, 2021 e 2022 até a 24ª SE a meningite manteve-se estável. Faz-se necessário a divulgação de medidas preventivas, manejos corretos em casos suspeitos, a fim de evitar sequelas nos indivíduos acometidos, reforçar a importância da notificação junto à Vigilância Epidemiológica para que viabilize o monitoramento, prevenção e controle.