Introdução: A sífilis congênita (SC) é uma infecção bacteriana, em que o agente etiológico Treponema paliddum é transmitido por via transplacentária em qualquer fase gestacional. A SC pode ser classificada de acordo com o seu tempo de evolução em precoce ou tardia, podendo ocasionar prematuridade, baixo peso ao nascer, óbito fetal ou morte perinatal. Objetivo: Descrever a vivência do estágio obrigatório em uma Unidade de Saúde da Família (USF). Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de uma acadêmica do 9º período do curso de Bacharelado em Enfermagem que vivenciou o estágio obrigatório em uma USF no município de Paulista/PE, no período de 25 de abril a 21 de junho de 2022. O acompanhamento das gestantes diagnosticadas com sífilis gestacional ocorreu durante a assistência pré-natal, que foi realizada sob a supervisão da enfermeira da Unidade. Resultados: Em casos onde o teste VDRL teve resultado reagente, realizou-se a notificação compulsória e o tratamento teve como base nas orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), publicado pelo Ministério da Saúde em 2020. Foi solicitado que o parceiro comparecesse à consulta juntamente com a gestante para realizar a testagem, bem como foram fornecidas orientações quanto a importância da utilização do preservativo durante as relações sexuais. Na USF, foram diagnosticadas duas gestantes com sífilis, onde a primeira não aderiu ao tratamento e a segunda não realizou o mesmo de forma correta. Evidenciou-se imensa dificuldade no acompanhamento, pois as gestantes não frequentavam as consultas de pré-natal quando agendadas. Ademais, quando realizada a busca ativa no território, também demonstravam pouco interesse no tratamento da infecção, mesmo com a oferta de educação em saúde. A transmissão da sífilis foi então detectada na maternidade após o parto, sendo necessário o internamento da mãe e do recém nascido para o início do tratamento, que teve continuidade na USF com a enfermeira. Conclusão: A SC caracteriza-se como um grave problema de saúde pública, portanto, torna-se indispensável a assistência pré-natal prestada pelos profissionais de enfermagem às gestantes. É importante ressaltar que o diagnóstico, o tratamento e as informações acerca dessa infecção devem ser ofertados na Atenção Básica, o que auxilia no rastreamento, redução de casos e morbimortalidade.