Introdução: O álcool representa a substância psicoativa mais consumida globalmente. Seu consumo é permeado por fatores culturais, crenças, disponibilidade de venda e histórico familiar. Objetivo: Identificar o conhecimento de enfermeiros acerca do alcoolismo nos diferentes ciclos de vida. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório e qualitativo, junto a enfermeiros da atenção primária à saúde de Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil, com no mínimo 12 meses de atuação nesse tipo de serviço. A coleta de dados ocorreu por pesquisadora do sexo feminino, em abril de 2022, no próprio serviço de saúde, com aplicação de questionário semiestruturado (dados profissionais e aspectos sobre o alcoolismo) elaborado pelos próprios pesquisadores, testado previamente com população semelhante que não integrou o estudo. O tamanho da amostra foi definido pelo critério de reincidência de informação. Os dados foram analisados por meio do discurso do sujeito coletivo. Esse estudo integra o projeto matricial “Ensino, práticas e tecnologias inovadoras na saúde e educação”, aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, CAAE: 28214720.9.0000.5166 e parecer n. 3.903.714. Resultados: Entre os 17 participantes, quinze pertencem ao sexo feminino. Todos são concursados, possuem entre dois e 17 anos de formação como enfermeiro, tendo especializações (n=15), nenhuma na área de saúde mental. Consideram sua assistência ao alcoolista pouco efetiva (n=11). Os discursos indicam importante lacuna no conhecimento acerca do uso de álcool, já que a maioria alega não ter realizado cursos sobre a temática álcool por iniciativa própria, assim como nunca receberam capacitações para assistir esse perfil de usuários, o que muitas vezes, acaba refletindo na qualidade da assistência. Entre aqueles que conhecem algumas particularidades sobre o álcool, relacionaram ao período gestacional e puerperal, especificamente quanto aos danos na formação fetal e desenvolvimento da criança. Conclusão: Há uma deficiência no conhecimento dos participantes acerca no cuidado com o alcoolista, e parece que os profissionais privilegiam ou reconhecem mais a vulnerabilidade de um ciclo de vida específico, em detrimento dos demais, o que reforça a necessidade de implementação de programas de educação permanente, bem como reestruturação de ementas e práticas acadêmicas da graduação de enfermagem.