INTRODUÇÃO: O câncer de colo do útero ainda é responsável por inúmeras mortes de mulheres em todo o mundo, apesar da relativa facilidade para identificar e tratar o tumor e suas lesões percursoras por meio do exame citológico do colo do útero, o que exige a criação de novas formas de enfrentar esta realidade e rever o papel dos serviços de saúde em sua dinâmica para oferecer e realizar as ações preventivas. Alguns problemas foram identificados pela equipe, principalmente com relação a adesão das mulheres ao exame, diante do baixo índice de coletas semanais, em torno de 2 a 3 por semana. OBJETIVO: relatar a experiência da educação popular em saúde como estratégia de reorganização das ações de prevenção do câncer ginecológico. METODOLOGIA: trata-se de um relato de experiencia realizado em janeiro de 2020 em uma unidade básica de saúde da família do município de Iguatu-CE, responsável por uma população de 2.089 pessoas, sendo dessas 687 mulheres em idade fértil (10 a 49 anos). Utilizou-se a estratégia do círculo de cultura, onde participaram o Enfermeiro da equipe, que conduziu o grupo, as agentes comunitárias de saúde (ACS) e 20 mulheres da comunidade, que foram convocadas através de visitas pelas ACS´s. RESULTADOS: Primeiramente fez-se uma contextualização a respeito da Estratégia de Saúde da Família e o conhecimento das participantes acerca dos serviços disponibilizados na unidade, foi inserida a temática “câncer de colo de útero” onde percebemos o desconhecimento de algumas mulheres sobre a doença e ações preventivas. Emergiram das mulheres algumas necessidades enquanto usuárias para melhoria do serviço, como a importância do sigilo profissional, realização do exame as sextas-feiras no horário da manhã, não realização de agendamento prévio, melhor explicação do exame por parte das ACS´s, participação do parceiro nas consultas de entrega do resultado do exame e melhoria na ambiência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A estratégia dos círculos de cultura valorizam os saberes pré-existentes e promove a maior participação do sujeito. As dificuldades encontradas e as possibilidades de mudança experimentadas no processo de trabalho motivaram reorientações no cotidiano dos serviços da equipe de modo a incluir a participação das mulheres, de maneira efetiva, na assistência a ela direcionada.