Introdução: As causas externas são definidas como agravos de acidentes não intencionais e de lesões intencionalmente provocadas. Os principais motivos de morbimortalidade no mundo são devido às causas externas, sobretudo na população jovem, que resultam em mais de 1,5 milhões de óbitos anualmente, com isso, resulta no aumento de hospitalizações e oneração de custos aos serviços de saúde. Objetivo: Analisar as internações por causas externas entre adolescentes no Estado do Ceará durante o período de 2017 a 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, de abordagem quantitativa, realizado a partir de dados secundários extraídos do Sistema de Informações Hospitalares/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIH/DATASUS), referentes às internações por lesões, envenenamentos e outras causas externas de adolescentes na faixa etária 10 a 19 anos, no estado do Ceará, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Os dados foram compilados no Programa Microsoft Excel e analisados pela estatística descritiva. Resultados: Entre os anos de 2017 e 2021, evidenciou-se um total de 28.471 internações por causas externas em adolescentes no Ceará, sendo 2017 o ano com maior incidência de agravos com 6.089 (21,3%). A maioria envolveu adolescentes do sexo masculino com 22.768 (79,9%) e a faixa etária de 15 a 19 anos foi a mais acometida com 17.356 (60,9%). As internações por fraturas envolvendo os ossos dos membros, exceto fêmur, foram as mais prevalentes, correspondendo a 48,1% do total, seguidas das internações por traumatismo intracraniano, com 12,5% das causas de internações. Houve 448 ocorrências de óbitos no período, cuja maioria foi em adolescentes do sexo masculino, com 85,4%. Conclusão: Constatou-se alto índice de internações por fraturas entre adolescentes do sexo masculino, podendo, estar relacionado à ocorrência de acidentes de trânsito que se mostram mais comuns entre os jovens. Ademais, observou-se também uma considerável prevalência de traumas intracranianos que podem afetar a interação e relações sociais da vítima, aspectos estes considerados imprescindíveis para o desenvolvimento social e cognitivo dos adolescentes. Assim, é necessário intensificar medidas de prevenção de acidentes com esse público.