A Organização Mundial de Saúde decretou a infecção pelo novo Coronavírus como pandemia em março de 2020, o que colocou todos os países do mundo em alerta para conter o avanço dessa doença. As medidas de enfrentamento da COVID-19, foram voltadas para a utilização de máscaras e restrição de circulação, fechamento do comércio e limitação de atendimentos médicos, causando mudanças nos serviços de saúde. O serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) presta atendimento a principais urgências ocorridas fora do ambiente hospitalar, por isso o objetivo deste estudo foi analisar o impacto da pandemia nos atendimentos realizados por ele. Trata-se de um estudo analítico, transversal, que comparou os atendimentos realizados pelo SAMU Macro Norte durante a pandemia da COVID-19 (mar-2020 a fev-2021) com período pré-pandemia (mar-2018 a fev-2020). Foi construído o banco de dados no Statistical Package for the Social Science for Windows, Inc., USA (SPSSR) versão 24.0. Realizou-se análise descritiva da amostra, seguida por análises bivariadas por meio do teste do qui-quadrado com índice de confiança de 95%. Foi verificado um total de 139.354 ocorrências realizadas de março de 2018 a fevereiro de 2021, observando uma redução de 3,31% no número total de atendimentos no período de pandemia. Verificou-se redução de 8,38% (p< 0,0001) nos casos de atendimentos a causas externas/traumas e de 13,36% (p<0,002) nos casos gineco-obstétricos, além de um aumento de 17,38% nos casos psiquiátricos (p<0,000) durante a pandemia. Em relação a faixa etária, observou-se aumento em maiores de 60 anos (p<0,000) e redução em menores de 19 anos (p<0,000) no período da pandemia. Na análise dos desfechos das ocorrências a principal mudança foi no aumento de 35% no número de óbitos no local durante a pandemia (p<0,000). A pandemia causou uma redução no número de atendimentos de forma geral e principalmente nos casos de causas externas/traumas, mas por outro lado associou-se a um aumento no número de mortes domiciliares e de atendimentos psiquiátricos.