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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
IMPACTO DA COVID-19 NA INCIDÊNCIA DE TUBERCULOSE NO BRASIL: UM ESTUDO DE SÉRIE TEMPORAL
Relatoria:
Thais Zamboni Berra
Autores:
  • Antônio Carlos Vieira Ramos
  • Murilo César do Nascimento
  • Yan Mathias Alves
  • Heriederson Savio Dias Moura
  • Reginaldo Bazon Vaz Tavares
  • Ricardo Alexandre Arcêncio
Modalidade:
Pôster
Área:
Inovação das práticas de cuidado
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: Com a pandemia de COVID-19 declarada, cenários calamitosos foram intensificados, favorecendo ainda mais desigualdades sociais e o agravamento de doenças, principalmente aquelas relacionadas aos determinantes sociais da saúde, como é o caso da Tuberculose (TB). OBJETIVO: Visualizar a série temporal da TB e verificar o impacto causado em sua incidência pela pandemia do novo coronavírus no Brasil e suas macrorregiões. MÉTODOS: Estudo ecológico de séries temporais realizado no Brasil e suas macrorregiões. Foram incluídos todos os casos confirmados de TB e notificados no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2021, obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Após calculada as taxas de incidência mensais, foram construídos gráficos com a série temporal e foi utilizado o método Seasonal Trend Decomposition using Loess (STL) para a estimação da tendência. Série Temporal Interrompida (STI) foi utilizada para verificar o impacto da COVID-19 na incidência da tuberculose, em que foi considerado o mês de fevereiro de 2020 o ponto de corte. RESULTADOS: A partir da série temporal, verifica-se que as maiores taxas da doença foram registradas na região Norte e os menores índices na região Sul; a única região do país em que os índices registrados foram abaixo dos índices nacionais foi a região Centro-Oeste. Também é possível observar que em todas as regiões, a partir de 2020, há uma queda brusca nos índices da doença. Com a técnica de STI, notou-se que o Brasil e todas as suas regiões tiveram uma quebra de nível da série, sendo Brasil -8.10%, Norte -8.47%, Nordeste -4.92%, Sul -5.42%, Sudeste -5.70 e Centro-Oeste -15.35 que, além de ter apresentado maior queda na série, foi a única região que apresentou tendência temporal decrescente de -2.73%/mês após a chegada do novo coronavírus no país. CONCLUSÃO: Para diagnosticar TB em tempos de COVID-19 requer alta suspeição clínica, visto que ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes incluindo febre e sintomas respiratórios, assim a enfermagem deve sempre suspeitar de TB, incentivar a realização de exames clínicos e referenciar a pessoa de maneira adequada. Levanta-se uma preocupação ainda maior em relação ao impacto da pandemia da COVID-19 não só nos índices de TB, mas das doenças infecciosas de modo geral em que se torna necessária a melhoria e elaboração de políticas públicas voltadas para o acesso aos serviços de saúde e acompanhamento ao longo de todo o tratamento.