Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
ASSISTÊNCIA À SAÚDE: PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NÃO IMUNIZADOS CONTRA COVID-19 EM MUNICÍPIO DE MINAS GERAIS
Relatoria:
LUCIANA ROCHA DOS SANTOS
Autores:
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
No início da imunização contra a COVID-19 no Brasil, em janeiro de 2020, não existia ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial e local. A vacinação naquele cenário passou a ter foco na redução da morbimortalidade e na proteção dos trabalhadores para manter o funcionamento dos serviços de saúde. Profissionais de enfermagem foram os principais agentes da assistência no combate à doença em todos os níveis de atenção. Embora os trabalhadores da saúde tenham sido elegíveis para vacinação prioritária, foi constatado em diligência realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais-Coren-MG que profissionais de enfermagem não tiveram acesso à primeira dose da vacina, mesmo prestando cuidados diretos a pacientes. Nesse contexto, este artigo busca relatar um relato de experiência cujo objetivo foi pesquisar a existência de profissionais de enfermagem inseridos nos serviços de saúde, que não receberam a 1ª dose da vacina contra a COVID-19, até 19 de março de 2021, em um município de Minas Gerais, bem como seu motivo. Para tanto, a partir de um processo de fiscalização do Coren-MG, realizou-se pesquisa quantitativa, um survey junto a uma amostra de 67 serviços de saúde cadastrados na base de dados do Coren-MG, nos dias 15 a 19 de março de 2021. Foram respondentes, enfermeiros ou técnicos de enfermagem ou administrador. A coleta dos dados primários ocorreu com apoio de questionário estruturado, aplicado por meio de ligação celular. Foram utilizados dados secundários, documentais e de bases dos sistemas integrados, para apoio ao planejamento, triangulações e conclusões. Como resultados, identificou-se a existência de 264 profissionais de enfermagem informados pelos 66 serviços de saúde respondentes, prestando cuidados diretos a pacientes, que não receberam a 1ª dose da vacina contra a COVID-19, até a data da pesquisa. Esse número equivale a 15,20% do total de 1736 profissionais informados pelos serviços. Em relação às causas da não vacinação, identificou-se que 95% dos profissionais nessa situação, decorreu da inexistência da vacina no serviço de imunização do município. Dessa forma, as evidências demonstram que trabalhadores de enfermagem, não vacinados, tornaram-se mais vulneráveis à doença. Surge, dessas circunstâncias, proposições à necessidade de tomada de decisões das unidades federativas e dos órgãos de apoio profissional para garantir a proteção da força de trabalho em enfermagem. Recomenda-se, ainda, atenção aos aspectos éticos pertinentes.