Introdução: A transfusão é uma opção terapêutica frequentemente utilizada, e o procedimento é realizado com a administração de componentes do sangue, como concentrado de hemácias (CH), concentrado de plaquetas (CP), plasma fresco (PF), crioprecipitado (CRIO) e plaquetaférese, dependendo da necessidade individual de cada paciente. Mesmo com o avanço da tecnologia e de ser um procedimento considerado seguro, o processo transfusional ainda possui seus riscos, necessitando de profissionais qualificados para sua execução, além de que, se mal indicada, a transfusão expõe desnecessariamente o receptor a riscos imediatos e tardios. Objetivo: Analisar o perfil das transfusões realizadas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um Hospital de Ensino do Paraná durante o ano de 2021. Métodos: Estudo descritivo com abordagem quantitativa, acerca das transfusões de hemocomponentes realizadas no período de janeiro a dezembro de 2021, em um Hospital de Ensino do Oeste do Paraná. Resultados: Foram realizadas 574 transfusões em 126 pacientes, resultando em uma média de 4,56 bolsas de hemocomponentes por paciente. Homens representam 66% dos pacientes e a média de idade foi de 50 anos. Quanto ao tipo de hemocomponente utilizado, o principal foi o CH, correspondendo a 60% das transfusões, seguido do PF 20%, CP 18,6%, CRIO 1,7% e plaquetaférese 0,3%, sendo que somente uma bolsa foi inutilizada. 42% das transfusões foram realizadas no período da manhã, e 92% do total de hemocomponentes foram prescritos em caráter de urgência, sendo as de extrema urgência apenas 4%. Os pacientes internados nas variedades de clínica médica receberam 40% das bolsas de hemocomponentes, e os pacientes cirúrgicos representaram 31%. Foram registradas 4 reações transfusionais, classificadas como Reação Transfusional tardia – Aloimunização anticorpos irregulares. Conclusão: Comumente os pacientes necessitam de mais de uma transfusão, sendo o CH o hemocomponente mais utilizado, e com uma quantidade de inutilizações quase inexistente, além disso, os pacientes clínicos receberam mais hemocomponentes do que os pacientes cirúrgicos. Dessa forma, o setor analisado tem uma alta demanda de transfusões, sendo necessário considerar mais variáveis do que as analisadas para o uso desse recurso, a fim de compreender sua real necessidade, assegurando seu sucesso terapêutico e reduzindo a chance de reações transfusionais.