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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER À LUZ DO MODELO ADAPTATIVO DE CALLISTA ROY
Relatoria:
BEATRIZ DE CASTRO MAGALHÃES
Autores:
  • Maria Nazaré Negreiros Uchôa
  • Suzete Gonçalves Caçula
  • Roana Bárbara de Almeida Gouveia
  • Emanoely Holanda Silva
  • Grayce Alencar Albuquerque
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: a violência doméstica contra a mulher diz respeito a um grave problema de saúde pública que requer um olhar ampliado para suas consequências. Tendo isso em vista, cabe destacar o modelo teórico da adaptação de Callista Roy como importante ferramenta de análise dessas consequências, haja vista que considera o ser humano de forma holística. Objetivo: descrever as consequências na saúde de mulheres sobreviventes da violência doméstica à luz do modelo adaptativo de Callista Roy. Método: trata-se de um estudo descritivo e qualitativo, realizado em dois Centros de Referência da Mulher (CRM), com 26 mulheres, que foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Regional do Cariri sob parecer 4.695.642. A coleta dos dados qualitativos foi realizada através de um roteiro de entrevista semiestruturado na qual se indagava sobre as vivências da mulher durante a relação abusiva e sobre as repercussões para a saúde e para a vida da mulher. Os dados obtidos foram analisados a partir do modelo adaptativo de Callista Roy no que se refere aos modos adaptativos, que são fisiológico, autoconceito, função de papel e interdependência. Resultados: A maioria das mulheres eram adultas jovens, pardas e com ensino médio completo. A partir da análise dos modos adaptativos observa-se que no modo fisiológico as mulheres apresentam cansaço e exaustão por todas as situações abusivas vividas. Já no modo autoconceito, relataram sintomas de ansiedade grave especialmente mediante gatilhos do dia-a-dia que lhes relembravam a violência sofrida. No que se refere ao modo função de papel, evidencia-se que as mulheres que passam pela violência doméstica vivenciam uma despersonalização, acreditando que seu papel de esposa deva se alinhar as vontades do parceiro, ainda que precise anular as suas. E, em relação ao modo interdependência, verifica-se que as mulheres que permanecem na situação abusiva passam por um processo de dependência emocional do parceiro, ao passo que sofrem também um processo de isolamento dos familiares e amigos por proibição ou manipulação do parceiro. Considerações finais: as consequências da violência doméstica na vida e saúde da mulher violentada são complexas. A análise a partir dos modos adaptativos supramencionados permite um olhar ampliado, permitindo que a assistência multiprofissional seja direcionada e implementada de forma oportuna, humanizada e individualizada a cada mulher.