Introdução: Clientes diabéticos sem adequado tratamento podem apresentar diversas alterações e complicações, como o pé diabético. Essa afecção é caracterizada pela presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados a anormalidades neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica nos pés e membros inferiores. Em conjunto, essas alterações aumentam o risco de complicações graves como infecções e amputações. Objetivo: Relatar a experiência no manejo do tratamento de clientes com lesões em pé diabético. Metodologia: Relato de experiência de enfermeiras residentes em um projeto de extensão sobre o tratamento de lesões em clientes com pé diabético que frequentaram o ambulatório de feridas entre os meses de março/2021 e fevereiro/2022, em um hospital público de ensino em Minas Gerais. Os atendimentos ocorriam uma vez por semana e eram acompanhados da enfermeira e da técnica de enfermagem do referido ambulatório. Os clientes eram atendidos por livre demanda mediante a avaliação prévia da enfermeira do ambulatório ou pelo encaminhamento da equipe médica de endocrinologia. Os procedimentos realizados envolviam o acolhimento com escuta ativa; avaliação da lesão com detecção de sinais de neuropatia; realização de curativos; educação em saúde para os clientes e familiares sobre o manejo adequado da lesão para prevenção de agravos e realização do curativo em domicílio para promover o autocuidado; agendamento do retorno e encaminhamento para equipe médica e outros profissionais/serviços da rede de atenção, quando necessário. Resultados: Foram atendidos cerca de três clientes por semana, totalizando aproximadamente 144 clientes. Nos curativos, as coberturas mais utilizadas foram Colagenase, Papaína, Alginato de Cálcio e Fibrinase. Foi constatado que a maioria compreendia e aderia ao tratamento, além de terem assiduidade nos retornos. Porém, alguns clientes apresentavam baixo nível de conhecimentos sobre o Diabetes Mellitus e os cuidados básicos com as lesões, incluindo condições inadequadas de higiene, que por sua vez, dificultava o processo de cicatrização. Nesses casos, era reforçado as orientações, inclusive para familiares, e realizado encaminhamentos, quando pertinente. Conclusão: Houve resultados positivos na cicatrização tecidual e no controle do diabetes mellitus e lesões nos pés. Ademais, a atuação nesse ambulatório proporcionou experiências e conhecimentos necessários para a prática clínica eficaz e humanizada.