A prevalência do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é estimada em um a cada 54 nascimentos, sendo um dos transtornos de desenvolvimento mais comuns. Apresenta-se como uma desordem com características e peculiaridades que exigem uma atenção especializada e individualizada, por uma equipe multiprofissional comprometida. O objetivo deste estudo foi elaborar uma proposta de aplicação do Processo de Enfermagem a pessoas no Espectro do Autismo, a partir do uso de um instrumento validado. Trata-se de uma pesquisa avaliativa, de intervenção, com abordagem qualitativa, realizada em um município maranhense, com 31 estudantes e seus respectivos pais/mães/cuidadores aceitaram compor o estudo, totalizando 62 participantes. A pesquisa foi realizada mediante a interlocução de dois procedimentos: aplicação de um instrumento validado (PEP-R) aos estudantes e entrevista com os pais/cuidadores; a coleta de dados ocorreu entre janeiro 2017 e junho de 2019. As alterações apresentadas pelas crianças nas escalas de desenvolvimento e comportamento, permitiram elaborar 13 (treze) Diagnósticos de Enfermagem distribuídos em 7 (sete) domínios da NANDA. Os títulos diagnósticos e os respectivos domínios foram: Envolvimento em atividade de recreação diminuído (domínio 1 – Proteção da Saúde); Deglutição prejudicada, Dinâmica alimentar ineficaz do adolescente e Dinâmica alimentar ineficaz da criança (domínio 2 – Nutrição); Risco de constipação funcional crônica e Risco de motilidade gastrintestinal disfuncional (domínio 3 – Eliminação e troca); Levantar-se prejudicado e Autonegligência (domínio 4 – Atividade e repouso); Conhecimento deficiente e Comunicação verbal prejudicada (domínio 5 – Percepção e cognição); Enfrentamento ineficaz e Planeja- mento de atividade ineficaz (domínio 9 – Enfrentamento tolerância ao estresse); Automutilação (domínio 11 – Segurança/Proteção). Outros sim, foram traçados os resultados esperados e as Intervenções de enfermagem necessárias para alcançar tais metas. Constatou-se que as atribuições do(a) enfermeiro(a) são imprescindíveis na assistência integral a indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, pois ao utilizar o Processo de Enfermagem, que constitui um método sistemático de organização do cuidado, fundamentado teoricamente e dotado de uma visão holística do ser humano, estes profissionais podem identificar sinais que facilitem a descoberta do transtorno e assistir tais clientes de modo efetivo.