Introdução: A covid-19 impactou os serviços de saúde trazendo desafios aos profissionais. Neste contexto, os trabalhadores da enfermagem vivenciaram sobrecarga de atividades, afastamento laboral, más condições de trabalho e escassez de equipamentos de proteção individual. Mediante isto, a assistência neste cenário pode acarretar aos trabalhadores alterações nos comportamentos e sentimentos. Objetivos: Descrever sentimentos e comportamentos dos profissionais de enfermagem na pandemia de covid-19 em um hospital de ensino. Metodologia: Trata-se do recorte de um estudo transversal desenvolvido em um hospital de ensino de Minas Gerais. Foram incluídos os profissionais técnicos de enfermagem e enfermeiros. Para coleta dos dados foi elaborado e aplicado um questionário online que incluiu dados de caracterização dos participantes, comportamentos e sentimentos durante a assistência, no contexto da covid-19, a pacientes suspeitos ou confirmados. A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e abril de 2021.Pesquisa aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição sob parecer nº 4.476.768. Resultados/discussão: Participaram 31 profissionais sendo técnicos de enfermagem (64,5%) e enfermeiros (35,5%). Predomínio do sexo feminino (74,2%) e de cinco ou mais anos de experiência (90,3%). A maioria relatou aumento em algum nível da pressão no trabalho e ausência de apoio emocional para desenvolvimento das atividades assistenciais (80,6%). Por outro lado, em torno de um terço dos participantes (32,3%) se sentiram valorizados. Conclusão/considerações finais: O aumento da demanda assistencial durante a pandemia ocasionou sobrecarga de trabalho entre os profissionais de enfermagem. Por se tratar de uma doença nova com alta transmissibilidade e vários óbitos no mundo todo, o medo foi um sentimento vivenciado pelos trabalhadores da linha de frente. O aumento da demanda de trabalho, contudo, não impactou na valorização profissional.