Introdução: A Meningite é um processo inflamatório que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. No Brasil, foram confirmados 2.917 casos de meningites em 2021, até a semana epidemiológica 32 (SESAB, 2021). Objetivo: Discorrer sobre fatores epidemiológicos atípicos na vigilância epidemiológica das meningites no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), realizada em junho de 2022 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando-se descritores estandardizados nos Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “Brasil”, “Epidemiologia”, “Meningites”, associados ao operador booleano “AND” com filtro inicial de 136 documentos. Como critérios de inclusão selecionamos artigos completos em português, inglês e espanhol entre 2017 a 2022. Adotou-se como critério de exclusão: documentos não disponíveis, financiados, não relacionados à temática e duplicados. Após a leitura completa e avaliação crítica dos estudos, foram selecionados 9 estudos para compor a amostra final. Resultados: as medidas restritivas para Covid-19 foram importantes para contenção dos casos de meningite, todavia, a sobrecarga laboral das equipes de vigilância municipal pode ter sido um fator relevante para o atraso na atualização dos dados. A meningite pode instalar-se no organismo mediante infecção por Covid-19, Leptospirose, Esquistossomose (em área não endêmica) e Salmonelose (Salmonella panamá). Em casos atípicos de meningite ocasionada por S. panamá em lactentes faz-se necessário investigar sobre o consumo de leite materno ou alimentos contaminados e/ou desenvolvimento da meningite aguda por amebas de vida livre em pacientes que desenvolvem a doença após banho de piscina mal tratada. Vale ressaltar a importância da completude do calendário vacinal em menores de 12 meses e adolescentes. É de extrema preocupação o rastreamento de todos os contatos próximos do paciente infectados por, sendo assim iniciada a quimioprofilaxia em no máximo 48 horas. A falta de informação sobre a carga da meningite bacteriana aguda na América Latina leva a uma redução nas taxas de incidência da doença. Conclusão: a pandemia apresentou a necessidade de atualização epidemiológica sobre casos atípicos de meningite. Os profissionais de saúde devem atentar-se à prática clínica baseada nos protocolos vigentes do país e manter os registros atualizados com precisão nos instrumentos de notificação e prontuários.