O cuidado em saúde sexual e reprodutiva é indicado como serviço essencial frente aos impactos negativos que podem causar na vida da população e das mulheres quando seguem deficientes nos serviços de saúde (UNFPA- OMS, 2020). No entanto, o contexto de cuidado às mulheres e adolescentes no que tange à saúde reprodutiva segue bastante fragilizado no Brasil e no mundo, sobretudo para populações com baixas condições socioeconômicas, como as quilombolas.Neste viés, a educação em saúde é uma estratégia para troca de informações e aumento da autonomia das mulheres negras.Este trata-se de um relato de experiência, de abordagem crítico-reflexivo de cunho descritivo-compreensivo com objetivo de compartilhar as experiências de desenvolvimento de uma edição de um programa de extensão sobre saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e mulheres adultas de comunidades quilombolas.Descreve-se a primeira edição do programa, que ocorreu no período de junho a dezembro de 2021.Realizou-se rodas de conversa com participantes de duas comunidades quilombolas no Recôncavo Baiano.As mesmas foram realizadas quinzenalmente, com duração de 2h em formato virtual, em alinhamento com as normativas da Universidade e aceite da comunidade, devido a pandemia da Covid-19.Houve 05 encontros de formação equipe executora e quatro encontros com a comunidade.Abordou-se a temática saúde sexual e reprodutiva e história de vida no primeiro encontro.Os subsequentes tiveram temáticas propostas pelas mulheres: miomatose uterina, endometriose e síndrome de ovários policísticos; gravidez na adolescência e infeçções sexualmente transmissível. Em cada encontro havia ambientação da sala virtual com música, dinâmica de interação, seguido da discussão temática. Houve participação ativa, com troca de informações, respeitando o contexto cultural das quilombolas nas suas preferências temáticas e período de tempo para os encontros.Obteve-se avaliação positiva das participantes, através do uso de palavra chave digitada no programa Mentimeter, formando uma nuvem que sinalizou interesse em outras ações.Frisa-se o desafio de encontros remotos frente à preferência da comunidade por encontros presenciais, bem como limitação de participantes que não tinham acesso a internet. As atividades trouxeram impactos na formação acadêmica como aprofundamento da aprendizagem sobre as temáticas discutidas, como no uso de ferramentas tecnológicas além de possibilitar o estreitamento do laço entre universidade e comunidade.