A enfermagem é uma profissão essencial na organização de uma assistência de qualidade, contribui para a produção de conhecimentos e formulação de política públicas. Com o advento da atual pandemia causada pelo novo coronavírus SARS--COV-2, nomeada COVID-19, o protagonismo e a importância dos profissionais da enfermagem é mais uma vez demonstrado. No entanto, esses profissionais foram submetidos a diversos riscos para sua saúde física e mental. A enfermagem sofre com a desvalorização desde sua origem, e a pandemia trouxe certa visibilidade para a profissão. Porém, não há até o presente momento, dispositivos legais vigentes que regulem melhores condições de trabalho e remuneração. O objetivo do estudo é analisar as reivindicações dos profissionais da enfermagem durante o período de pandemia, no intuito de identificar as implicações destas pautas e sua potencialidade enquanto instrumento de luta e mudança. Trata-se de uma análise documental, cujo local do estudo consistiu nos portais G1 e Brasil de Fato, na coleta de dados foram encontradas 56 matérias no portal G1 e 27 no portal Brasil de Fato, após a leitura das reportagens, foram selecionadas 45 matérias. Os resultados foram divididos em três unidades temáticas com base nas principais reivindicações elencadas nas reportagens, sendo elas: condições de trabalho que engloba falta de EPI´s, materiais e excesso de demanda; saúde do trabalhador que abrange sofrimento, medo, exaustão e falta de segurança; condições de emprego relacionada a vínculos terceirizados, salários, jornadas, carga horária e isonomia com demais profissionais de saúde. Ao analisar as reportagens nota-se que 53% responsáveis por trazer à tona os movimentos de luta da classe, são da região Nordeste do país, havendo uma grande discrepância entre a demais regiões. A demanda mais citada pelos trabalhadores é referente a aprovação do piso salarial para a categoria, o PL 2564/20, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 04/05/2022, a proposta deve seguir para sanção presidencial, mas ainda depende de acordo sobre fontes de financiamento. Diversas são as reivindicações dos profissionais de enfermagem que no período pandêmico ganharam visibilidade, no entanto, ainda são limitadas as ações que de fato promovem mudanças para atender as demandas dos profissionais, isso decorre em parte do baixo número de profissionais que aderem aos movimentos, mas também de diversos processos econômicos e culturais que interferem na valorização da profissão.