Introdução a distribuição socioespacial dos serviços de atendimento oncológicos, promove uma situação de dificuldade de acesso e desigualdade no tratamento. Muitas vezes os pacientes necessitam de deslocamentos até centros de tratamento mais complexos, o chamado “tratamento fora do domicílio”, com impactos relativos na qualidade de vida e na assistência de enfermagem.Objetivo: Avaliar o impacto da realização do tratamento oncológico fora do domicílio na perspectiva de pacientes. Método: foi utilizado a pesquisa Survey, com coleta de dados on-line, utilizando-se a técnica “bola de neve” para recrutamento dos pacientes oncológicos no território nacional.Resultados: a amostra final contemplou 41 pacientes, a idade dos participantes variou de 21 a 80 anos, com média de 43,22 anos. Os participantes eram predominantemente casados, possuíam em média dois filhos e ensino superior completo e cor da pele branca. A respeito da principal fonte de renda dos entrevistados, três categorias foram predominantes: “trabalhadores celetistas e servidores públicos”, “benefícios de afastamento por doença” e “aposentadoria/aposentadoria e trabalho”. A neoplasia maligna mais frequente foi a de mama feminina. A comorbidade mais frequente foi a hipertensão arterial sistêmica. Os participantes realizaram tratamento em 12 estados e Distrito Federal, sendo em São Paulo a maior concentração dos mesmos. A respeito da necessidade de mudança para outra cidade, sete pacientes apresentaram necessidade de mudança para tratamento do câncer. A distância média percorrida pelos participantes do estudo foi de 287,15 km e o tempo médio de 3,47h. Observou-se que 34 pacientes afirmaram possuir acompanhante. O desconforto foi mais frequentemente relatado em comparação ao conforto experienciado pelo tratamento. Os principais impactos que se apresentaram como dificuldades foram: cansaço, dificuldade financeira, alimentação inadequada, piora do padrão de sono e apoio familiar, dentre outros. Os benefícios relatados foram: melhora do acompanhamento da equipe de saúde, apoio familiar, melhores estruturas para o tratamento. Conclusão: a amostra foi composta principalmente por pacientes com câncer de mama, e jovens adultos de 12 estados do Brasil e Distrito Federal, que realizaram tratamento concentrados em 24 cidades. Foi possível identificar que o tratamento fora do domicílio traz impactos que influenciam a qualidade de vida dos pacientes. Assim como, também ter acesso ao tratamento pode trazer benefícios.