O alto risco em que os profissionais da saúde estão expostos em cuidar de pacientes acometidos pela COVID-19, soma-se a falta de treinamento, uso incorreto do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e limitação no seu fornecimento. Em virtude das situações citadas, nota-se uma constante pressão psicológica entre esses profissionais. Em virtude dos fatos destacados anteriormente, o objetivo da presente pesquisa é conhecer a percepção da equipe de enfermagem que atua na linha de frente ao combate do coronavírus, na unidade de terapia intensiva (UTI) especializada para o tratamento da COVID-19, em um hospital do interior do Estado de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada com 13 profissionais da equipe de enfermagem, após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Paulista sob número CAAE 53137921.9.0000.5512 e parecer nº 5.175.176. Os critérios de inclusão foram: fazer parte da equipe de enfermagem que atua diretamente nos cuidados de pacientes acometidos pela COVID-19 e estar em pleno uso de suas faculdades mentais. Os pesquisadores enviaram o link via WhatsApp para a realização da entrevista por vídeo, foi explicado os objetivos do estudo, riscos e garantia do sigilo e disponibilizado link do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada em dezembro de 2021, utilizando roteiro semiestruturado, as entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente armazenadas em um local seguro por um período de 5 anos, os dados foram organizados e analisados por intermédio da análise qualitativa em três fases: pré-exploratória do material, seleção das unidades de análise e categorização e subcategorização. A análise dos relatos dos profissionais da equipe de enfermagem, possibilitou identificar os principais fatores estressores e seus possíveis impactos emocionais frente a pandemia, dentre esses fatores, a falta de treinamentos da equipe, a mudança na rotina desses profissionais, perda de pacientes somado a falta de um suporte psicológico por parte da instituição, levando a um comprometimento da saúde desses profissionais, tanto no aspecto físico quanto psíquico. Sendo esses profissionais, atuantes na linha de frente e com um papel fundamental no enfrentamento da covid-19, se faz necessário ações de capacitação para prestação de uma assistência de qualidade e também intervenções voltadas para saúde mental, amparando o indivíduo em suas aflições.