Introdução: Entende-se que a Atenção Primária à Saúde (APS) constitui-se como a principal porta de entrada para questões de saúde e cuidados. Direciona-se também para o cuidado em saúde mental, por meio de ações de promoção e prevenção, tendo como foco os usuários e familiares. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, da vivência prática de dois alunos do 5º semestre do curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Luciano Feijão em um Centro de Saúde da Família (CSF) de Sobral-Ceará, referente à disciplina de Teoria e Prática da Enfermagem em Saúde Mental I, as quais aconteceram nos dias 13 e 20 de maio de 2022. Resultados e discussões: O momento vivenciado em prática possibilitou um grande arcabouço de conhecimento e práticas desenvolvidas em visitas domiciliares, onde se pode desenvolver juntamente com a esquipe do CFS debates sobre uma família da comunidade. Foi avaliado uma família na qual a genitora teve vários filhos, alguns deles apresentam diagnósticos de transtornos mentais. Identifica-se a importância de que o plano de cuidados para além do âmbito individual, seja avaliado a forma de como a constituição familiar interfere na dinâmica do cuidado. Além disso, ressalta-se que dois filhos apresentam hanseníase, com comprometimento de inervações e mobilidade de membros inferiores e uso de substâncias psicoativas. Dessa forma, entende-se da relevância de se considerar outros aspectos do contexto de vida dos indivíduos em sofrimento psíquico, como os clínicos e sociais, tendo em vista que se trata de duas doenças que apresentam um histórico de estigma e de preconceitos. Há alguns desafios inerentes as vivencias praticas na formação acadêmicas, as quais derivam, essencialmente, da mudança de paradigmas na formação como receio e medo em um novo ambiente, limitações infraestruturais das unidades e insatisfação com os métodos de trabalho utilizados. No entanto, a experiência é formativa e, por si só, compreende uma prática de educação na saúde que guia e apoia os docentes na construção do conhecimento. Conclusão: A partir da vivência, pode-se observar que a responsabilização compartilhada entre a equipe do CSF contribui para a integração dos estagiários, nas vivências práticas referentes aos cuidados a família relatada no caso, principalmente por intermédio da visita domiciliar, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, a partir de uma perspectiva ampliada do cuidado.