Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O PARTO DOMICILIAR PLANEJADO: UMA SCOPING REVIEW
Relatoria:
Leila Fernanda Silva de Oliveira
Autores:
- Diego Pereira Rodrigues
- Valdecyr Herdy Alves
- Laena Costa dos Reis
- Jannaina Campos Beviláqua
- Larissa Gabrieli Batista Pereira
Modalidade:
Pôster
Área:
Inovação das práticas de cuidado
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: O aumento de cesarianas no Brasil iniciou-se nos anos 90. Hoje, o país ocupa a segunda posição de maiores países com taxa de parto por cesariana, evidenciando que este é o principal método de nascimento no país, corroborando para um cenário sob a lógica de um modelo tecnocrático, cujo foco é a intervenção no corpo feminino. Nota-se, com isso, que as mulheres têm buscado meios alternativos para experenciar o partejo longe através do parto domiciliar planejado (PDP). OBJETIVOS: Mapear e analisar o conhecimento produzido acerca do parto domiciliar. MÉTODO: Trata-se de uma Scoping Review, com a pergunta norteadora “Como se dá a produção científica do parto domiciliar no cenário mundial?”. As bases utilizadas foram: Base de Dados em Enfermagem; Medical Literature Analysisand Retrievel System Online; The Cochrane Library; Scopus; Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature e The Scientific Electronic Library Online. O período de buscas compreendeu entre 2018 à 2021, nos idiomas português, inglês e espanhol. Foram encontrados 2.226 estudos, 116 duplicados, 60 estudos que não forneciam a centralidade do PDP foram excluídos. Os 15 estudos selecionados foram sintetizados e dispostos no formato de figura, utilizando o PRISMA. RESULTADOS: O perfil das mulheres que optam pelo PDP é marcado pela experiência negativa com o parto hospitalar, pela estabilidade financeira, familiar e com acesso ao ensino superior. Comparando a assistência ao parto hospitalar e ao parto domiciliar planejado, verifica-se que o parto domiciliar não oferece maiores complicações, assim como o parto institucionalizado não significa redução de intercorrências. Logo, a informação sobre os indicadores de cuidado qualificado durante o PDP é um dos fatores que contribuem para a autonomia de escolha do local de parto para as mulheres. CONCLUSÃO: A busca por práticas de partejo que visem garantir que os acontecimentos respeitem seu protagonismo no partejo, por vezes, é permeada por traumas e insatisfações com os sistemas de saúde e modelos de assistência obstétrica vigente. No Brasil e na maioria dos países, o PDP é uma prática privada e ainda muito questionada pelos defensores da medicalização e intervenção do parto, sendo por vezes alvo de verdadeiras perseguições desmedidas. Toda via, feliz e comprovadamente, o PDP vem há décadas provando ser uma opção segura de parir e de nascer.