Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
INTERNAMENTO POR INFLUENZA NO ESTADO DO CEARÁ: ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO DE CRIANÇAS
Relatoria:
Glaubervania Alves Lima
Autores:
- Brena Shellem Bessa de Oliveira
- Joana Maria Rocha Sales
- Zaira Leticia Tisott
- Romel Jonathan Velasco Yanez
- Francisca Elisângela Teixeira Lima
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A infecção pelo vírus influenza gera um quadro respiratório agudo autolimitado de curso geralmente benigno, atingindo anualmente crianças e adolescentes. Contudo, crianças com disfunções neurológicas, renais, endócrinas, imunológicas, dentre outras condições, constituem um grupo de risco para o desenvolvimento de complicações clínicas que podem conduzir à hospitalização, como quadros de bronquiolite, pneumonia e insuficiência respiratória. Objetivo: Descrever o perfil clínico apresentado pelas crianças internadas por influenza no estado do Ceará. Metodologia: Estudo descritivo, transversal, realizado com crianças notificadas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), no período de janeiro a junho de 2022. Para compor a amostra, adotou-se os seguintes critérios de inclusão: ter idade de 0 a 12 anos incompletos, ser hospitalizada por Influenza e residir no estado do Ceará. A coleta ocorreu no dia 12 de junho 2022, na plataforma do SIVEP-Gripe. Na análise, utilizou-se estatística descritiva, medidas de tendência central e de dispersão; e a inferencial com o teste Exato de Fisher, calculadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23. Não foi necessário submeter o estudo ao Comitê de Ética em Pesquisa, por se tratar de dados secundários, de domínio público. Resultados: No primeiro semestre de 2022, 103 crianças foram hospitalizadas por influenza no Ceará. Destes, 52 (50,5%) eram do sexo masculino, média de idade de 3,39 anos (± 3,30), 61 (59,2%) pardos e 71 (68,9%) residiam na capital. As crianças de 0 a 4 anos foram mais acometidas pela doença com 73 (70,9%) casos. Os sintomas mais prevalentes foram: febre (73,8%), tosse (72,8%), dispneia (31,1%) e desconforto respiratório (30,1%). Houve 26 (25,2%) crianças que fizeram uso de suporte ventilatório invasivo e não invasivo, e sete (6,8%) foram internadas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com quatro (57,1%) evoluindo para óbito. Observou-se associação estatisticamente significante entre internação em UTI e óbito (p= 0,001). Conclusões: Conclui-se que há maior acometimento de complicações associadas a gripe influenza em crianças menores de 5 anos, haja vista a idade precoce ser um importante fator de risco para a exacerbação do quadro respiratório. Alerta-se, portanto, para a importância da adoção de cuidados preventivos nessa faixa etária, de modo a evitar hospitalizações e consequentes desfechos pediátricos insatisfatórios.