INTRODUÇÃO: No Brasil para o triênio de 2020-2022 foram estimados 16.590 casos novos de câncer do colo do útero, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres. No Maranhão, para o ano de 2020 estimou-se 890 novos casos, com taxa de 24,74 a cada 100 mil mulheres. As comunidades ciganas e quilombolas são consideradas grupos étnico-raciais negligenciados que vivem uma série de iniquidades. OBJETIVO: Analisar a frequência de atipias cervicais e infecção por HPV em mulheres quilombolas e ciganas do leste do Maranhão. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de corte transversal de caráter descritivo. Realizado em 05 comunidades quilombolas e em 01 área cigana da cidade de Caxias – MA. Foram coletadas amostras da cérvice uterina de forma convencional e em meio líquido através do exame Papanicolau. Após as coletas foram realizadas análises citopatológicas e identificação do DNA/HPV. As amostra positivas foram submetidas ao sequenciamento para identificação do genótipo. Pesquisa aprovada em CEP com parecer n° 2.867.642. RESULTADOS: Das 145 mulheres 38,6% (56) tinham idade entre 30 e 50 anos; 33,8% (49) <30 anos e 27,6% (40) tinham de 50 a 64 anos. Mulheres negras compreenderam 77,2% (112). A maioria, 42,1% (61), estudaram até o ensino fundamental, 72,4% (105) eram Casada/União consensual. Apenas 9(6,30%) apresentaram atipias no colo de útero, e 41.3%,(60) estavam infectadas com HPV. A quilombolas (91,7%; 55) e ciganas (8,3%; 5). As quilombolas apresentaram maior frequência de alterações citológicas 88,9% (8). As principais alterações identificadas foram: ASC-US (4; 44,4%), ASC-H(2; 22,2%), LSIL (2;22,2%) e HSIL(1; 11,1%). Todos os casos de atipias estavam infectadas por HPV. 66.7%(6) apresentavam infecção por apenas um genótipo, 33,3% (3) estavam infectados por mais de um genótipo. Observou-se presença tanto de HPV de alto risco (AR) quanto de baixo risco (BR). Os genótipos identificados nas atipias foram: 16, 35, 45, 58(AR) e 54(BR). CONCLUSÃO: A frequência de atipias foi baixa sendo alta a frequência de HPV. Houve mais casos de atipias e infecções por HPV em mulheres quilombolas que ciganas. Todos os casos de atipias estavam infectadas por HPV, com maior frequência de genótipos de alto risco. A estudo não investigou linhagens e sublinhas do HPV em especial do HP 16 e HPV18 o que abre precedente par anovas pesquisa de investigação.