Introdução: A Enfermagem caracteriza-se por ser uma profissão que tem como objetivo e especificidade o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade. O processo de trabalho da Enfermagem envolve aspectos técnicos, administrativos e gerenciais, sendo desenvolvido de maneira ininterrupta nas 24 horas do dia, em turnos diversos, incluindo finais de semana e feriados. Nesse contexto, percebe-se o quanto a enfermagem destaca-se nos cuidados ao paciente e durante a pandemia pela COVID-19 não poderia ser diferente, esses profissionais foram elementos essenciais no enfrentamento dessa crise sanitária, principalmente pelo contingente número de trabalhadores que atuaram na linha de frente. Essa rotina de trabalho intensa juntamente à implementação de medidas sanitárias requeridas pelo avanço da COVID-19, como o isolamento e restrição social, tem sido associado ao aumento do estresse, adoecimento, maior ocorrência de acidentes de trabalho e com o aumento do consumo de álcool. Objetivo: Investigar o consumo de bebidas alcoólicas entre os profissionais da enfermagem que atuaram na pandemia da COVID-19. Método: Estudo transversal realizado com 238 profissionais da enfermagem em dois hospitais referência no atendimento da COVID-19 em Minas Gerais. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e a versão traduzida em português do Teste de Identificação dos Transtornos do Uso de Álcool. Resultado: A maioria dos profissionais eram técnicos de enfermagem (70,1%), sexo feminino (86,6%), idade entre 30 a 49 anos (71%), professam religião (89,9%), jornada de trabalho de 40 a 50 horas semanais (35,8%), renda familiar de 3 a 4 salários mínimos (44,2%), consomem bebidas alcoólicas (56,7%), entre elas cerveja (45,93%) e vinho (22,96%), com predominância da frequência de consumo de 2 a 4 vezes por mês (21,8%), número de doses de 1 a 2 (45,7%). De acordo com a pontuação do AUDIT (13,7%) dos profissionais de enfermagem apresentam uso de risco para o álcool. Conclusão: O cenário pela pandemia da COVID-19 e fatores como o isolamento e restrição social aumentaram os padrões de consumo de álcool em profissionais da enfermagem.