Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL
Relatoria:
MIRELY FERREIRA DOS SANTOS
Autores:
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma entre as seis mais importantes doenças infecciosas do mundo, devido seu alto coeficiente de detecção e a capacidade de produzir deformidades. Objetivo: Analisar os fatores relacionados à ocorrência da LTA no estado do Amazonas, com base na notificação de casos entre 2016 e 2020. Material e Métodos: Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados sobre os casos de LTA foram obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis analisadas foram: sexo; faixa etária; raça/cor; área de residência (urbana, rural); tipo de entrada (caso novo, recidiva, transferência); forma clínica (cutânea, mucosa); classificação epidemiológica (autóctone, importado, indeterminado); evolução do caso (alta por cura, abandono, óbito por LTA, óbito por outras causas, transferência, mudança de diagnóstico). O teste Qui-quadrado foi aplicado adotando um nível de significância de 5%, p-valor < 0,05, para avaliar a distribuição e tendência dessas variáveis. Resultados: Foram analisados 7.499 casos de LTA notificados durante o período do estudo nos 62 municípios do estado do Amazonas. Em 2016 teve 859 casos de LTA, em 2017 foram 1.902 casos, em 2018 foram 1.778, em 2019 houve 1.297 e em 2020 foram 1.663 casos. A maioria dos casos ocorreu em pessoas do sexo masculino (79%); quanto à idade, a maior proporção possuía uma faixa etária de 20 a 39 anos (44,7%); a raça/cor com maior ocorrência foi a parda (79,9%); e em relação a área de residência, a mais frequente foi a zona rural (45,5%). O estado registrou em todos os anos uma tendência estatisticamente significante (p<0.0001) para casos novos: em 2016 (94,2%), em 2017 (96,4%), em 2018 (93,6%), em 2019 (90,2%) e em 2020 (93,6%). A forma clínica apresentou tendência para cutânea (p<0.0001), a classificação epidemiológica clínica foi autóctone (p<0.0001). O resultado do exame parasitológico direto apresentou maior tendência para positivo (p<0.0001). Quanto a evolução da doença, houve uma tendência estatisticamente significante (p<0.0001) para alta por cura. Conclusão: Os resultados desse estudo mostram que o estado do Amazonas se destaca no contexto nacional brasileiro diante da alta ocorrência de casos de LTA. É importante realizar campanhas anuais direcionadas a população com o intuito de orientar sobre a importância de realizar diagnóstico e tratamento precoce da LTA, bem como o acompanhamento adequado dos casos.