INTRODUÇÃO: Historicamente, o cuidado á saúde para usuários de drogas é marcado por um modelo repressivo, tendo a internação como opção de tratamento e a abstinência como meta a ser atingida. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) III são equipamentos com o objetivo de atender as pessoas usuárias de álcool ou outras drogas, com funcionamento 24h, podendo ofertar de 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação. Esse é um dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a qual se apoia na Política Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde para a organização de ações de promoção da saúde mental, prevenção de agravos, assistência e cuidado, bem como reabilitação e reinserção social. Para atender a essas transformações no cuidado, a equipe de enfermagem busca desenvolver ações de promoção da saúde, recuperação e reinserção social, acolhimento e resgate da autonomia desses sujeitos. OBJETIVO: Relatar a experiência do cuidado de enfermagem prestado em um Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas, assim como os seus desafios. METODOLOGIA: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em um equipamento de assistência a usuários de substâncias na cidade de Fortaleza/CE. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As atividades de enfermagem nesses serviços pautam-se em gerência da unidade, acolhimento, gestão do cuidado aos acolhidos, facilitação de grupos terapêuticos conjunto a equipe multidisciplinar e mediação de conflitos inerentes a complexidade da assistência a usuários de múltiplas drogas e seus familiares. O serviço também conta com a colaboração de professores e alunos de determinadas universidades, os quais realizam atividades junto aos usuários em acolhimento. A assistência ofertada é planejada e documentada nas evoluções de enfermagem de acordo com a especificidade de cada acolhido, o que reflete um posicionamento do Enfermeiro enquanto terapeuta colaborando para a reabilitação psicossocial alinhada aos princípios da Reforma Psiquiátrica. CONCLUSÃO: O papel da enfermagem dentro desses equipamentos de saúde é amplo e complexo. O contexto político-estrutural que fundamenta a Reforma Psiquiátrica e suas inúmeras mudanças, inclusive atuais, por vezes dificulta a atuação desses e demais profissionais da saúde na busca pela reabilitação desses sujeitos. Os desafios são diários, vivenciados na prática, desde o planejamento da assistência de um usuário em sua primeira internação, ao acompanhamento e esforço pela reabilitação dos reincidentes.