A pandemia de COVID-19, ainda vigente no mundo, tem gerado um fardo psicológico mundial devido a questões familiares, financeiras, de doença e outras. Dentre os grupos etários, a população idosa tem sido sendo afetada principalmente por medo e ansiedade, expressando sintomas relacionados ao estresse, o que influenciou no bem-estar psicológico de idosos. Objetivos: Compreender a percepção dos idosos integrantes de um centro de convivência sobre os impactos sociais ocasionados pela pandemia da COVID-19. Método: Estudo qualitativo descritivo, transversal, com idosos frequentadores de um centro de convivência. As entrevistas ocorreram por telefone durante o período pandêmico, entre fevereiro e maio de 2021. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo de Bardin. A amostra foi composta por idosos inscritos em Programa Interdisciplinar de promoção à saúde e qualidade de vida de uma Universidade Federal. Resultados: participaram 77 idosos (±77,5 anos). Após análise do discurso, emergiram quatro Eixos Temáticos: Exercícios físicos; Impactos sociais; Saúde física e mental; e Finanças. O excesso de más notícias gerou uma percepção negativa nos idosos, mas por outro lado, alguns desfrutaram de benefícios, como a melhora do sono e aproveitamento do tempo em casa. Os participantes apresentaram percepções positivas como melhora do sono e diminuição da poluição sonora; e percepções negativas, como o desemprego e a “infodemia digital”. Além do escopo sentimental, os resultados indicam redução da atividade física ao ar livre, que foi provisoriamente compensada por um exercício em casa, adesão às atividades online; crises financeiras, mudança de hábitos, alterações de humor, além da prática da fé. Conclusão: Os relatos revelaram as crenças, atitudes, pensamentos e sentimentos em resposta à pandemia da COVID-19, e evidenciaram a complexidade com que a pandemia atinge os idosos. Os resultados podem auxiliar no planejamento de cuidados de enfermagem a população idosa, que se tornou mais vulnerável nesta pandemia, com crises políticas e de saúde. Essa reflexão é particularmente importante em países onde a pobreza e a fome aumentaram devido à pandemia e os idosos ajudam financeiramente seus filhos desempregados, como no Brasil. Espera-se também contribuir com pesquisas sobre como os idosos vivenciam momentos de pandemia e isolamento social. É importante compreender que a pandemia não terminou, logo, tais percepções podem permanecer por longo tempo.