Introdução: As atividades gerenciais desenvolvidas pelos enfermeiros visam organizar, coordenar, prover, e planejar estratégias e recursos em saúde para a população, o que teve importante destaque durante a pandemia da COVID-19, tanto nos serviços de saúde como no ambiente acadêmico. Objetivo: Investigar as ações gerenciais realizadas por acadêmicos de enfermagem em estágios curriculares durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório, documental e quantitativo. A fonte de dados foram os planos de trabalho elaborados por quatro grupos de estágio curricular supervisionado em unidades básicas de saúde (três a quatro acadêmicos por grupo) pertencentes a uma Universidade pública de Mato Grosso, no ano de 2021. A coleta foi realizada nos acervos bibliográficos das unidades de saúde, através de roteiro criado pelos próprios pesquisadores, que abrangia atividades gerenciais. O material foi digitado duplamente em planilhas de Excel e posteriormente importados para o software SPSS 25 para realização de análise estatística descritiva. Esse estudo integra o projeto matricial “Ensino, práticas e tecnologias inovadoras na saúde e educação”, aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, CAAE: 28214720.9.0000.5166 e parecer n. 3.903.714. Resultados: As atividades descritas como gerenciais foram agrupadas em capacitação da equipe; construção de instrumentos gerenciais; mudanças na dinâmica de atendimentos; organização do fluxo de materiais; gestão da infraestrutura, ações de cunho motivacional e gerenciamento de conflitos. Destas, prevaleceu as capacitações à equipe (50%) e construção de instrumentos gerenciais (25%). Em relação as capacitações, os temas mais abordados foram, diabetes mellitus (50%) e imunização (30%); e o público alvo foram técnicos de enfermagem (40%) e agentes comunitários de saúde (20%). Quanto a construção de instrumentos gerenciais, predominou regimentos, manuais e protocolos (80%). Conclusão: Observou-se que as ações gerenciais realizadas pelo acadêmicos de enfermagem, apesar de terem sido desenvolvidas durante a pandemia da COVID-19, contemplaram poucas particularidades desse contexto epidemiológico. Essa realidade pode indicar, entre outros aspectos, a retenção do olhar do acadêmico e preceptor de estágio às demandas tradicionais da unidade de saúde, em detrimento daquelas geradas a partir da pandemia.