INTRODUÇÃO: No Brasil, a verdadeira situação epidemiológica do HIV/AIDS e das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) não é bem conhecida. Há esforços para ampliar o conhecimento e a utilização de tecnologias que possam contribuir com a detecção de novos casos, investimentos nas medidas de prevenção e controle, bem como melhorar a qualidade de vida dos indivíduos diagnosticados. Nesse interim, destaca-se a importância das ações de testagem e aconselhamento como estratégias que reduzem o comportamento de risco e impedem novas infecções. OBJETIVOS: Relatar a experiência na realização de uma ação de testagem e aconselhamento com trabalhadores para detecção e prevenção de HIV/AIDS e outras ISTs. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência de residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da Universidade Estadual do Piauí na realização de uma ação de testagem e aconselhamento com trabalhadores de um centro de referência para crianças com microcefalia, em Teresina, Piauí, em dezembro de 2021. RESULTADOS: Os residentes foram responsáveis por articular e planejar o momento, reunindo-se com a coordenação dos serviços envolvidos. Para executar a atividade, contou-se com o apoio do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), bem como um de seus profissionais psicólogos para contribuir com a etapa de aconselhamento, junto a um dos residentes, que foi capacitado para tal e supervisionado. Os demais residentes foram responsáveis pela etapa de testagem. Primeiramente o trabalhador era convidado a participar da ação e assim, seguia para o aconselhamento inicial ou pré-teste; em seguida, realizava os testes rápidos para Hepatite B e C, Sífilis e HIV; aguardava-se cerca de 15 minutos para a leitura dos resultados e este seguia para o aconselhamento pós-teste onde recebia as devidas orientações e encaminhamentos, conforme fosse necessário. CONCLUSÃO: A ação possibilitou o conhecimento sobre o estado sorológico dos trabalhadores, uma vez que, em sua maioria, nunca haviam realizado testagem para IST’s. Além disso, foi possível orientá-los sobre comportamentos de risco, permitindo uma reflexão sobre as práticas sexuais, e conscientizá-los sobre o diagnóstico precoce, tratamento, possibilidade de cura e suporte emocional. Ademais, os residentes puderem experienciar, por outra dimensão, a prática de testagem e aconselhamento, visualizando como acontece a operacionalização dessa prática nos ambientes extramuros.