A unidade de terapia intensiva neonatal é um setor de cuidados complexos, considerando que o recém nascido é vulnerável em virtude da imaturidade do seu sistema imunológico. Grande parte dos pacientes dessa unidade, sobretudo de baixo peso, necessitam de hemotransfusão; sendo o enfermeiro o profissional responsável pelo acompanhamento desse procedimento, seu papel é de suma importância na assistência e segurança do paciente. Diante da complexidade e dos benefícios que a hemoterapia na neonatologia traz consigo, viu-se a importância de estudar sobre os cuidados do enfermeiro nesse cenário. O objetivo geral da pesquisa consiste em compreender a atuação do enfermeiro no cuidado com o recém-nascido no processo de hemotransfusão. Trata-se de um estudo de amostragem em bola de neve, de abordagem qualitativa, no qual os dados foram coletados por meio de entrevistas, com roteiro semiestruturado, submetidas à Análise de Conteúdo temática segundo Bardin. De modo geral, os resultados apontaram que as enfermeiras participantes da pesquisa possuem, de fato, bem definidas quais são suas reais atribuições no campo de prática em questão. Com efeito, constatou-se que as profissionais entrevistadas atuam numa vertente de hemovigilância no gerenciamento do cuidado, com autonomia e protagonismo, contudo, enfrentam dificuldades e desafios quanto as lacunas na harmonização entre as normatizações preconizadas pelas legislações específicas e as políticas institucionais, bem como um contexto caracterizado por sobrecarga de trabalho. Posto isso, a presente produção trouxe à baila nuances relevantes que conferem matizes multifacetadas às discussões em torno do papel do enfermeiro e sua realidade no cotidiano da hemoterapia em neonatologia.