Introdução: O período gravídico pode ser marcado por fatores estressores, diante a experiência social diária das gestantes e os papeis sociais maternos, em especial para mulheres sem suporte familiar/institucional e em condições socioeconômicas desfavoráveis. Objetivo: Identificar fatores estressores de gestantes em interlocução com o sistema de proteção social. Metodologia: Trata-se de um recorte de um estudo de métodos mistos, com 63 gestantes adultas, realizado no interior do estado de Mato Grosso, por meio de um questionário sociodemográfico validado, respondido pelas próprias mulheres. Os dados foram coletados em março de 2021, em Unidades Básicas de Saúde, nas quais as gestantes faziam acompanhamento pré-natal. A análise empregada foi a estatística descritiva das variáveis. A pesquisa foi apreciada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e aprovada sob parecer nº 4.539.175. Resultados e discussão: As participantes quando foram questionadas sobre possíveis aspectos estressores vivenciados, 39,7% apontaram problemas de saúde, reconhecendo os serviços de saúde como um sistema de proteção social efetivo. Outra dimensão evidenciada, foi a de ordem financeira, na qual as gestantes indicaram o apoio familiar, sobretudo frente às necessidades econômicas (41,2%). Além disso, destacaram que o principal apoio financeiro que sustenta suas famílias é a renda do cônjuge/companheiro (44,5%). Diante dos fatores estressores, percebeu-se que as gestantes se amparam no sistema de proteção social, seja formal ou informal. Elucida-se, ainda, que além das necessidades em saúde inerentes ao período gestacional, as gestantes possuem demandas de outras ordens e que atender às necessidades sociais não satisfeitas pode ser um potencial para que vivenciem o ciclo gravídico puerperal de forma mais tranquila. Conclusão: Os resultados contribuem para a discussão frente a experiência social diária para a saúde da gestante e a relevância de considerar os estressores na vida das mesmas durante as práticas de cuidado profissional, acionando redes de proteção.