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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
DESAFIOS NA SAÚDE PÚBLICA RELACIONADOS AO ABORTO INSEGURO
Relatoria:
Rita Tracz
Autores:
  • Ana Flávia Gonçalves
  • Gabriele de Vargas marcovicz
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: As discussões que envolvem a temática relacionada ao aborto por vezes são polêmicas e complexas, para além do simples debate em que se coloca em pauta a ética, moral e a religião, cabe refletir sobre o sofrimento psíquico desencadeado nas mulheres que vivenciaram tal situação e os desafios no contexto de Saúde pública ao acolhê-las nos serviços de saúde. O acolhimento deve ser baseado na escuta qualificada, livre de julgamentos. Objetivo: identificar os efeitos que o aborto provocado causa nas mulheres e os desafios à Saúde Pública. Metodologia: A pesquisa é de natureza básica, exploratória com abordagem qualitativa. Realizada com participantes de diferentes contextos sociais brasileiros, por meio de um questionário virtual formulado no Google Forms. Os dados foram obtidos por meio da rede social “Facebook”, entre os meses de setembro a outubro de dois mil e vinte e um. O questionário continha dez perguntas alternadas em objetivas e descritivas. Como critério de inclusão ao estudo, foram consideradas mulheres em idade igual e superior a 18 anos, que tivessem realizado o aborto em qualquer fase da vida reprodutiva. Como critério de exclusão as que não haviam realizado aborto e idade inferior a 18 anos. As participantes responderam ao questionário de forma anônima e todos os dados coletados foram descritos de maneira ética, preservando a singularidade e o anonimato das voluntárias. Os dados epidemiológicos foram obtidos através das estatísticas do Ministério da Saúde de acordo com os sistemas de notificação e SINAM e SINASC. Resultados: Participaram de forma voluntária dessa pesquisa 32 mulheres, de diferentes regiões do Brasil, com idade superior a 18 anos, sendo a faixa etária predominante 26-35 anos. O método abortivo mais relatado entre as participantes, cerca de 96,9 % (n=31), foi por meio do uso de medicamentos. A gestação para metade das participantes ocorreu devido a vivência da violência sexual. Conclusão: Mesmo no contexto brasileiro de ilegalidade a prática do aborto é frequente. É uma questão de Saúde Pública. A proibição não ausenta a prática. Assim, os desafios nos serviços de saúde são muitos, sendo imprescindível uma assistência baseada na escuta qualificada e na garantia de direitos.