No Brasil, diarreia e gastroenterite infecciosa se caracterizam como importante indicador de saúde para população. Essas afecções atingem principalmente as crianças, fase esta essencial no crescimento humano, no qual os prejuízos acometidos afetam o desenvolvimento físico e intelectual. Apesar da redução significativa no índice de mortalidade infantil por diarreia e gastroenterite infecciosa, ainda estas afecções representam um grave problema de saúde pública, que requer ações de intervenção urgentes, considerando ser uma causa prevenível. Descrever o perfil de atendimentos com diagnóstico diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível, na criança e adolescente realizados em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) porte II no interior de Mato Grosso. Estudo descritivo, retrospectivo, exploratório, abordagem quantitativa, que revisou 1111 prontuários eletrônicos com diagnostico de diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível conforme Classificação Internacional de Doenças (CID-10) no ano de 2019. Coleta envolveu as variáveis faixa etária, sexo, raça, mês de atendimento e cidade de origem. Utilizou-se da estatística descritiva pelo Excel e teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal de Mato Grosso, sob número parecer: 3.783.310 e CAEE: 258848519.0.0000.5587. Nos prontuários analisados, de acordo com a faixa etária, a amostra com maior incidência de casos foi na idade de 1-4 anos com 45,01%, seguido de 5-9 anos 27,63%, 15-19 anos 14,31% e de 10-14 anos com 13,05%. Já no sexo, não houve diferença estatística, sendo 50,59% masculino e 49,41% feminino. A raça foi classificada em indígena com 12,7% e não indígena 87,3%. Dentre os meses investigados, observou-se que setembro houve maior número de atendimentos com 11,61% e novembro com o menor número com 4,5%. Entre os municípios de origem declarados, destacou-se Barra do Garças-MT com 91,63%. Concluiu-se que não teve diferença entre o sexo investigado, no entanto, houve predomínio de diarreia e gastroenterite infecciosa presumível na fase de primeira infância e o mês de setembro com maior casos atendimentos, período correspondente a estação da seca. Por ser afecções preveníveis, é imprescindível a efetividade de ações de implementação das políticas públicas e intervenções de promoção e educação em saúde em todos os níveis dos serviços de saúde.