Objetivo Identificar o índice de mortalidade por COVID-19 segundo raça/cor no Brasil, no período de 2020 a fevereiro de 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em dados secundários fornecidos pelo sistema de informações de saúde do Brasil, notificados em 2020. Para o presente estudo, foi utilizado o banco de dados disponibilizado pelo OPEN DATASUS 2020 e boletins epidemiológicos até fevereiro de 2021. Resultados: Segundo dados epidemiológicos, foi possível identificar que há um excesso de mortalidade por COVID-19 na população negra correspondente a 153.284, sendo 27,8% maior que a branca no ano de 2020. Em 2021, nos meses de janeiro e fevereiro, os óbitos na população negra somam 123.387 contra 110.106 na população branca, refletindo numa gravidade imposta pela pandemia que necessita de intervenção precoce. Conclusão: Conquanto os estudos mostrem uma maior morbimortalidade por COVID-19 na população negra, não há evidência de estudos científicos que apontem a existência de uma disposição genética para essa realidade. Desse modo, há que se admitir a influência das questões sociais nesse contexto, seja pela vulnerabilidade, pelo racismo estrutural e institucional existente há séculos, repercutindo nessa maior morbimortalidade da população negra; quer seja pela falta de assistência e informação ao cuidado em saúde, acesso aos serviços, condições de moradia e exclusão dessa população. Tal realidade favorece a manutenção das desigualdades sociais, tornando a população negra mais vulnerável à morbimortalidade por COVID-19. Diante dessa realidade, urge a necessidade de adoção de estratégias que possam contribuir para minimizar essa desigualdade.