O Brasil, desde 2000, com o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento criado pelo Ministério da Saúde (MS) tem como objetivo garantir o acesso, cobertura e qualidade do acompanhamento pré-natal, assistência ao parto e puerpério às mulheres. A busca dessa nova abordagem tem como base estudos que mostram a necessidade da mudança no modelo de atenção obstétrica até então ofertada. A Rede Cegonha surge como uma das ações realizadas pelo Governo Federal para alcançar esse objetivo. Além de todo o fomento na formação de enfermeiros obstétricos (EO) através do Programa Nacional de Bolsas de Residência para Enfermagem Obstétrica, o MS apresentou uma proposta que abarca cursos de aprimoramento/qualificação de EO que já atuavam na assistência à mulher durante o parto e nascimento nas maternidades/hospitais de todo o Brasil, ligados à estratégia Rede Cegonha. O agente educador e personagem participante na constituição da estrutura desses cursos é o preceptor. Ele atua como facilitador no caminho de uma mudança de entendimento e mediador no processo da produção de saber e problematização da realidade. Com isso, o objetivo do trabalho é relatar práticas pedagógicas que envolveram a preceptoria das turmas do Curso de Aprimoramento para Enfermeiras (os) Obstetras pela Rede Cegonha com duração de seis anos. A metodologia trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa. Os resultados da vivência com as turmas foram as seguintes práticas pedagógicas: Roda de conversa, onde ocorreu o primeiro contato, a formação de vínculo e o conhecimento das realidades; Teoria com simulação prática dirigida de temas selecionados pelos participantes das turmas; Prática assistencial com o contato direto com as clientes, família e comunidade e reunião de encerramento para consolidação dos conhecimentos adquiridos e ideias iniciais para implantação das atividades vivenciadas em campo prático nas unidades de saúde de origem. Dessa forma, concluímos que as práticas pedagógicas diversificadas permitiram adequação às necessidades de cada turma, pois não engessavam o conhecimento, atividades e vivências que deveriam acontecer, o que possibilitou que os participantes pudessem ser ouvidos e suas necessidades abordadas durante a estada no campo prático. Com isso, entende-se que a preceptoria contribuiu para o aprendizado qualitativo e significativo, ressaltando experiências e vivências no respeito ao outro, enquanto indivíduo de singularidades e portador de diversas realidades.