Introdução: A crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19, juntamente com a necessidade da medida sanitária de distanciamento social para conter a propagação da doença, levou o Ensino a Distância (EaD) a ser apresentado como a estratégia mais viável para que os calendários letivos de instituições de ensino superior não fossem interrompidos. Contudo, o ambiente virtual pode causar prejuízos à saúde mental de estudantes de cursos da saúde pois, além de afetar a conexão humana, a comunicação e a construção da identidade, cria sentimentos de insuficiência para desenvolver técnicas e posturas para a prática profissional. Objetivo: Verificar na literatura o impacto da implantação do ensino a distância na saúde mental de estudantes de cursos da saúde, na pandemia da Covid-19. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura, onde foram selecionados 8 artigos de origem brasileira, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online-SciELO e Coleção Biblioteca Virtual em Saúde-BVS, utilizando Descritores Controlados em Ciências da Saúde (DeCS), com texto completo e publicados nos anos de 2020 e 2021. Resultados: A falta de infraestrutura para acompanhar as atividades educacionais remotas, a fragilidade na competência para utilização de tecnologias de informação e comunicação, dificuldades de concentração, o não atendimento das singularidades, o temor de não desenvolver conhecimentos e habilidades para a atuação profissional, a falta de autonomia, socialização, acolhimento, escuta, apoio, orientação e feedbacks são alguns dos fatores que podem desencadear transtornos mentais em estudantes de cursos da saúde. Conclusão: A literatura aponta que as práticas de ensino na Educação a Distância ultrajam grandes desafios. Além da carência de vínculo e dificuldades aquisitivas, os processos formativos realizados nessa modalidade causam incertezas e ameaçam o desenvolvimento completo dos estudantes, causando impactos na saúde mental desse público. Diante disso, é importante que se promova o protagonismo discente, programas de apoio socioeconômico e psicopedagógico, além de práticas e espaços de escuta para fortalecer vínculos e prevenir o adoecimento mental.