Os primeiros casos de surto do arbovírus denominado Zika Vírus (ZIKV) no ano de 2015 foram confirmados em Pernambuco, quando o Ministério da Saúde (MS) recebeu as primeiras notificações da Secretaria de Saúde do Estado. O MS, através do Instituto Evandro Chagas estabeleceu o nexo causal entre gestantes que tiveram a infecção exantemática, no primeiro trimestre e a incidência de microcefalia e de malformações no Sistema Nervoso Central (SNC) de recém-nascidos. Além da infecção por via vetorial (Aedes aegypti) a transmissão não vetorial, através da transfusão sanguínea e via sexual (oral, anal e vaginal), possui potencial epidêmico para transmissão vertical por via transplacentária. Em estudos anteriores, evidenciaram-se o predomínio da limpeza do quintal e o uso do repelente como medidas preventivas utilizadas por gestantes, no entanto, a prevenção da transmissão vertical por via sexual teve baixa adesão, portanto, o objetivo deste estudo é conhecer os motivos que promovem ou dificultam a adesão às medidas de proteção da infecção do ZIKV pela via sexual. Estudo realizado em Pontal do Araguaia, população selecionada a partir de amostragem por seqüência, composta por 34 gestantes usuárias do serviço de pré-natal das Unidades de Saúde da Família (USF), durantes os anos de 2016 e 2017. Os critérios de inclusão foram: estar gestante, ter condições físicas e psicológicas para responder aos questionários de pesquisa, ser usuária do SUS e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Aos critérios de exclusão: negar-se responder os questionários de pesquisa e ser menor de idade. Foi aplicado dois questionários, o primeiro contemplou variáveis sociodemográficas e o segundo, a prevenção individual. Realizou-se a análise de dados submetidos a leituras minuciosas, com finalidade de captar os aspectos relevantes e descobrir os significados que correspondem ao objetivo do estudo. Os passos da análise temática proposta por Minayo foram seguidos. Emergiram três categorias que dificultam a adesão do método estudado: União Consensual; O fato de estar grávida; Não preferência do método da relação sexual. A união consensual alcançou prevalente associação à dificuldade na adoção do preservativo, visto que a maioria das gestantes possuía companheiro sexual ativo. Apesar da oferta livre do preservativo pela Unidade Básica e todas as recomendações já feitas pelo Ministério da Saúde (MS), há dificuldades para efetivação das medidas de proteção individual na prática.