Introdução: A partir do incentivo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) por meio das diretrizes para a elaboração dos protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde (APS) e da necessidade do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (COREN-MS) em potencializar a atuação dos enfermeiros da APS foi proposto o desenvolvimento de protocolos de enfermagem. Objetivo: Apresentar relato de experiência da construção coletiva de protocolos de enfermagem na APS do Coren-MS. Metodologia: Teve-se uma capacitação pelo COFEN, depois foi realizada uma reunião local para a sensibilização dos profissionais de enfermagem que atuam na APS, nas áreas de assistência, gestão e docência, para a adesão ao projeto do Coren-MS e às diretrizes do Cofen. Após essa etapa, foram criados oito grupos de trabalho que atuavam nas áreas de saúde da mulher, infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hanseníase, doenças crônicas (hipertensão arterial, diabetes mellitus e câncer), saúde do homem, saúde do idoso, saúde criança e do adolescente. Cada grupo de trabalho contextualizou a realidade cotidiana do trabalho envolvendo as especificidades das populações locais, a valorização dos enfermeiros através das atribuições executadas na APS e das atribuições amparadas pela Legislação COFEN/COREN. Durante as reuniões definiu-se que para otimizar o trabalho do enfermeiro no prontuário eletrônico do cidadão seria utilizado um quadro com a Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPE), Classificação Internacional da Atenção Primária (CIAP), principais intervenções de Enfermagem/encaminhamentos, prescrição farmacológica e solicitações de exames. Resultados: a experiência da construção compartilhada dos protocolos de enfermagem promoveu a análise crítica-reflexiva sobre processo de trabalho interdisciplinar na APS, em especial sobre a atuação do enfermeiros, assim como possibilitou a elaboração de estratégias cooperativas e criativas para ampliar a resolutividade e eficiência do cuidado de enfermagem na APS, proporcionou o reconhecimento das possibilidades de mobilização de recursos e sua aplicação na resolução das fragilidades encontradas e das necessidades dos usuários. Considerações finais: A estratégia da construção compartilhada promoveu o reconhecimento da autonomia e corresponsabilização dos participantes durante a realização do protocolo e estimulou a pró-atividade e protagonismo de cada participante, assim como a produção coletiva do grupo.