Anais - 23° CBCENF
Resumo
Título:
Perfil dos profissionais de enfermagem que atuaram nas unidades de COVID-19 de um Hospital Universitário
Relatoria:
CAMILA MEDEIROS DOS SANTOS
Autores:
- ANDREIA FONTES DA PAZ
- ANA PAULA DE OLIVEIRA MOTTA
- NADJA MARIA QUEIROZ DE ALBUQUERQUE
- RAQUEL RODRIGUES FRANÇA DE CASTRO
- GABRIELA PALOQUINO DE OLIVEIRA
- KATIA APARECIDA ANDRADE COUTINHO
- BIANCA SICILIANO DE FIGUEIREDO
- DANIELLE MOREIRA MARQUES
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
POLÍTICAS PÚBLICAS, EDUCAÇÃO E GESTÃO
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: a Enfermagem, maior categoria da área da saúde, é composta por auxiliares, técnicos e enfermeiros. Historicamente, essa classe exerce suas atividades laborais enfrentando condições de trabalho precárias, falta de profissionais, excesso de jornada e descaso dos governantes em relação aos seus direitos. A Pandemia do novo coronavírus exacerbou questões do processo de trabalho da enfermagem, ameaçando inclusive a sobrevivência desses profissionais. Além da faixa etária e comorbidades, dois fatores se destacam na contaminação dos profissionais: carga viral e tempo de exposição. Segundo o Observatório de Enfermagem, o Brasil se tornou, em 2020, o primeiro país do mundo em mortes de profissionais de enfermagem. Objetivo: descrever o perfil dos profissionais de enfermagem que atuaram em unidades coorte em um Hospital Universitário durante a Pandemia da COVID-19. Metodologia: estudo quantitativo, observacional, descritivo. Utilizou-se um questionário eletrônico na plataforma Google Forms, respondido por profissionais de enfermagem que atuaram em unidades coorte de COVID-19 em um Hospital Universitário do Rio de Janeiro. Dados armazenados e analisados pelo EXCEL 2010. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 4.283.026). Resultados: participaram 220 profissionais, sendo maioria técnicos de enfermagem(71,1%). 78,8% se declararam do gênero feminino, com faixa etária predominante de adultos entre 40-44(21,9%), seguida de adultos jovens com 25-29 anos(20,5%). A maioria atuou por pelo menos três meses nas unidades e possuía vínculo temporário(83,9%), o que apontou para a precarização do trabalho da categoria, uma vez que o vínculo temporário priva o profissional de alguns direitos trabalhistas. Quanto ao vínculo, a maioria (75%) afirmou ter um segundo vínculo. Sobre a carga semanal de trabalho, 60,3% fazem 60h ou mais, comprovando o aumento da exposição ao vírus e da sobrecarga de trabalho. Ressalta-se que 72,6% afirmaram que no segundo vínculo também atuavam em setor coorte, aumentando assim a exposição ao vírus e o risco de contaminação destes profissionais. Destaca-se que 28,1% dos participantes afirmaram que possuíam algum tipo de comorbidade, como hipertensão arterial, obesidade, asma, diabetes. Conclusão: o gênero feminino, a população jovem, o duplo vínculo e a carga horária excessiva foram fatores que aumentaram a exposição dos profissionais de enfermagem ao SARS-CoV-2, comprometendo a saúde física, mental e social destes profissionais.