INTRODUÇÃO: A Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2 (SARS-CoV-2) é um novo tipo de coronavírus (COVID-19) que acarreta em uma doença infecciosa, progressiva e com considerável envolvimento pulmonar. As adaptações fisiológicas e as alterações imunológicas durante o período gestacional tornam as mulheres grávidas mais vulneráveis e suscetíveis aos patógenos respiratórios e pneumonias graves. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico de gestantes com COVID-19 em uma maternidade de alto risco de um estado do Nordeste. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, com abordagem quantitativa e descritiva, realizado entre maio e dezembro de 2020. Foram avaliadas 54 gestantes e puérperas, através da análise de prontuário materno e da ficha de notificação para Síndrome Respiratória Aguda Grave. Foram consideradas elegíveis as gestantes e puérperas que apresentaram infecção confirmada pelo SARS-CoV-2. As variáveis utilizadas para o estudo foram: faixa etária, raça/cor da pele, zona de moradia, escolaridade, ocupação e existência de comorbidades. A pesquisa foi realizada em uma maternidade pública de alto risco obstétrico localizada em Aracaju, Sergipe, Brasil. Para análise estatística foi utilizada a técnica univariada através do IBM® SPSS 20.0 Mac. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe sob Parecer nº 4.391.526. RESULTADOS: Foram analisados 54 prontuários de gestantes que apresentaram infecção confirmada pelo SARS-CoV-2. De acordo com os dados coletados, a maioria encontrava-se na faixa etária de 20 a 34 anos (64,81%) e a raça/cor da pele predominante foi parda (61,11%). Essas gestantes, em geral, viviam em zona urbana (85,19%) e possuíam comorbidades (77,78%). Sobre escolaridade e ocupação, a maioria concluiu o ensino médio (40,74%) e possuíam trabalho remunerado (57,41%). CONCLUSÃO: A análise epidemiológica dos casos de COVID-19 em gestantes demonstrou a relação desses dados com os fatores socioeconômicos e possivelmente uma dificuldade de acesso à prevenção em saúde dessa população. Dessa forma, a prevenção e promoção em saúde, além do manejo acerca da COVID-19 na gestação, deve ser uma prioridade para as políticas públicas do país, visando proporcionar o conhecimento adequado sobre a transmissibilidade da doença e suas possíveis complicações em gestantes.